São Paulo, 30 - Pais e mães que sofrem ou se estressam por dificuldades para vacinar, coletar sangue e fazer punção dos filhos em laboratórios e clínicas devem ganhar uma ajuda. Óculos de realidade virtual prometem acelerar os procedimentos, distraindo crianças e adolescentes, que assistem a vídeos de cerca de dois minutos enquanto o imunizante é aplicado ou o sangue, coletado.
O administrador Daniel Libretti, de 42 anos, conta que vacinar a filha Laura, de 7 anos, sempre foi trabalhoso. A menina precisa ser segurada por várias pessoas e chora muito. Por isso, os pais recorriam à recompensa: se tomar vacina, ganha sorvete. Sempre tinha escândalo. Olhava para a agulha e travava, diz Libretti. Em março, Laura foi se vacinar contra febre amarela e os óculos de realidade virtual foram oferecidos. Fluiu naturalmente.
Laboratórios começaram a adotar o equipamento de um ano para cá. É o caso do Delboni Auriemo do Itaim Bibi, zona sul de São Paulo, onde Libretti levou Laura. O local é o primeiro da rede a oferecer o equipamento para coleta de sangue, punção e vacina. A ideia é expandir para as outras unidades.
Coordenadora da sede de Itaim-Bibi, Fabieni Pongeluppi explica que a experiência também funciona por ser em um ambiente lúdico: a sala de coleta é toda coberta de adesivos, de personagens do Scooby-Doo!. Os óculos fazem com que o momento seja uma experiência encantadora.
Pé atrás.
Já Guilherme Amorim, de 7 anos, foi levado pela mãe, a farmacêutica Fernanda Amorim, de 33, para uma coleta de sangue no Delboni. Ele até aceitou colocar o equipamento e se empolgou com o vídeo de dinossauros, mas ao sentir o algodão no braço, rapidamente retirou os óculos. No começo, deu para distrair. Mas ele ficou inseguro por não ver o que acontecia. Em uma próxima, quem sabe?
Desde junho, o laboratório Hermes Pardini também adotou os óculos, mas só para vacinação.
O Estado de S. Paulo
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(Juliana Diógenes).