O ex-policial militar Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, investigado por suposta ligação com o assassinato da vereadora Marielle Franco, foi denunciado nesta terça-feira, 10, como mandante de outro crime. Segundo o Ministério Público do Rio, ele mandou matar Carlos Alexandre Pereira Maria, o Alexandre Cabeça, assessor informal do vereador Marcello Siciliano (PHS). O parlamentar também foi apontado por uma testemunha como envolvido na morte de Marielle.
Leia Mais
Ex-PM suspeito de envolvimento na morte de Marielle é transferido para o RNMinistro Jungmann aponta dificuldades para conclusão de caso MarielleConselheiro do TCE nega ligação com morte de MarielleEx-deputado Domingos Brazão presta depoimento sobre caso MarielleEx-deputado Domingos Brazão pede adiamento de depoimento sobre MarielleSuspeitos da morte de Marielle estão quietos, com perfil baixo, diz generalPais de Marielle cobram respostas sobre assassinato da vereadoraEstudante é espancado na calçada de bar em Santos após questionar valor da contaEle contou que a ordem do assassinato partiu de Curicica, quando ele ainda estava no presídio Bandeira Stampa, em Bangu (zona oeste), antes de ser transferido para a penitenciária federal de Mossoró-RN.
O MP-RJ afirma que Orlando Curicica é líder de uma milícia que atua na região de Curicica, em Jacarepaguá (zona oeste), e autorizou o assassinato de Alexandre, dividindo a condição de mandante com Diogo Maia dos Santos, outro líder da mesma milícia. O motivo seria uma informação veiculada por Alexandre nas redes sociais sobre um homicídio.
O crime teria sido praticado por Bastos, Rondinele de Jesus da Silva e Thiago Bruno Mendonça. Esses três, junto com Santos, já respondem pelo homicídio, em processo que tramita no 2.º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro. O Ministério Público quer que o processo contra Orlando Curicica seja enviado para o mesmo juízo.
O MP-RJ afirma que os executores de Alexandre receberam de R$ 500 a R$ 1.250 cada para praticar o crime. Curicica pode responder por homicídio qualificado mediante pagamento, por motivo fútil e com impossibilidade de defesa da vítima, atingida pelos disparos efetuados a pouca distância e contra seu pescoço.
Além de acusar Curicica pelo homicídio, o MP-RJ pede a prisão preventiva do denunciado (atualmente detido na penitenciária federal de Mossoró-RN, por outro crime) e sua condenação ao pagamento de indenização pelos danos materiais e morais causados aos familiares da vítima.
(Fábio Grellet).