O ministro da Educação, Rossieli Soares, admitiu que o governo tem responsabilidade sobre o incêndio de grandes proporções que atingiu o Museu Nacional, no Rio. "A responsabilidade existe, é histórica e entendemos que agora é o momento da reconstrução, com todo mundo", disse. Questionado se seria correto atribuir parte da responsabilidade às gestões anteriores, ele emendou: "A responsabilidade é do governo federal, é da universidade federal, mas não é exclusiva de agora."
O ministro argumentou que o empréstimo liberado pelo BNDES para a reforma do prédio, de 200 anos, havia anos era requisitado e somente há poucos meses foi concretizado. "A reforma era necessária desde a época em que se tinha mais recursos, mas ela não foi feita. Avançamos com o empréstimo. Temos que olhar para frente."
Rossieli Soares garantiu que a reconstrução do prédio será uma das prioridades do governo, mas disse não haver ainda estimativa de qual o valor que será necessário. "A obra é complexa, não é de execução rápida. Não se pode fazer de qualquer jeito. Se fala em R$ 100 milhões, mas não temos informações técnicas. É fundamental que a gente recupere o máximo possível, aquilo que for possível. A perda é para o Brasil. É insubstituível."
Orçamento.
O titular do MEC disse que o ministério iniciou na manhã de hoje negociações com o relator setorial do Orçamento Luciano Ducci (PSB-PR) para providenciar recursos necessários à reconstrução do Museu Nacional. "Vamos apoiar a universidade na recuperação do museu", disse o ministro. Ele, no entanto, afirmou não ser possível falar em números neste momento, mas já sinalizou com a esperança de contar com "parceiros para ajudar nesse momento". Rossieli argumentou ser necessária a realização de um projeto executivo, que deverá definir o que precisa ser feito e, então, o quanto será necessário.
As investigações sobre as causas do incêndio ficarão sob responsabilidade da Polícia Federal. Equipes já foram enviadas para o local. A perícia, no entanto, ainda dá os primeiros passos. De acordo com Rossieli, os trabalhos de investigação somente serão feitos de forma plena depois que o Corpo de Bombeiros liberar o local. Neste momento, disse, a previsão é de que o trabalho de investigação seja realizado apenas pela PF, mas não está descartada a colaboração com policiais do Rio. "Se a polícia necessitar de suporte, ela vai requisitar."