Jornal Estado de Minas

Queda nos repasses foi problema constante para Museu Nacional do Rio

O Museu Nacional do Rio de Janeiro, que teve grande parte de seu bicentenário arquivo consumido pelas chamas na noite de domingo (3), sofre desde 2011 com a redução de repasses de verbas.

De acordo com levantamento do Estado de Minas, no portal Siga Brasil, no primeiro ano dessa década o total gasto com o museu ultrapassou R$ 1 milhão. Desde então o volume de recursos nunca mais voltou a ficar acima de R$ 1 milhão. No ano passado, o valor gasto com o museu foi de R$ 643 mil – 40% a menos do que em 2011.

Em 2012, ainda no governo Dilma Rousseff (PT), os repasses caíram para R$ 718 mil, aumentando para R$ 979 mil em 2013. Nos últimos cinco anos as quedas nos repasses foram constantes, com exceção apenas em 2016, quando o valor chegou a R$ 841 mil.

Nos gastos, além de ações destinadas à infraestrutura do museu estão incluídos programas de bolsas de estudos e capacitação de funcionários. Considerando apenas os gastos reservados para o funcionamento do Museu Nacional, em 2013 o valor total foi de R$ 545 mil, enquanto no ano passado o montante caiu para R$ 166 mil – quase dois terços a menos.


“Essa tragédia poderia ter sido evitada, ou no mínimo, os danos poderiam ter sido bem menores”, conta Daniele Amado, coordenadora do acervo do Centro de Pesquisa e Documentação da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.

“Nós que visitávamos frequentemente o Museu Nacional sabíamos bem dos problemas de estrutura que ele enfrentava. Eram muitas salas fechadas, reboco caindo e pinturas nos tetos se deteriorando”, afirma Daniele.

Quadro: Repasses do governo federal para o Museu Nacional do Rio de Janeiro a cada ano (em R$ mil) 

 

2011 – 1.053,3
2012 – 718,2
2013 – 979,9

2014 – 941,1
2015 – 638,3
2016 – 841,2
2017 – 643,4
2018 – 98,3 (até 29 de agosto)

 

Fonte: Siga Brasil/Sistema Integrado de Administração Financeira 

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