A 23ª parada do Orgulho LGBTI no Rio de Janeiro pediu neste domingo que os eleitores votem "em ideias, não em pessoas", a uma semana das eleições de 7 de outubro.
"É muito importante participar, precisamente neste momento em que nos encontramos, que é o de eleições, em que certos candidatos a presidente são homofóbicos, são contra a comunidade LGBT", disse a estudante Vittoria Alves, 19, que chegou cedo à Praia de Copacabana, onde milhares dançavam ao som de música eletrônica e shows ao vivo.
A uma semana das eleições, cujo resultado é incerto, o lema deste ano é "vote em quem está comprometido com as causas LGBTI".
Ernane Alexandre Pereira, superintendente de políticas públicas LGBT do governo do Rio de Janeiro, lembrou que, a cada 19 horas, uma pessoa LGBT é assassinada no Brasil. Sua esperança é de que os candidatos a cargos eletivos promovam "políticas públicas para grupos LGBT, com uma plataforma que olhe um pouco mais para esta comunidade, com segurança, educação, saúde e assistência".
"Queremos o político que se comprometa com esta pauta, com esta política pública, que deixe de ser uma política de governo e passe a ser uma política de Estado", disse.
Segundo a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT), o número de LGBTs que concorrem no próximo domingo a cargos nos poderes Executivo e Legislativo aumentou 386,4% em relação às eleições anteriores.
No evento de hoje não havia bandeiras partidárias, mas, por várias vezes, gritou-se "Ele não!" contra o candidato à presidência Jair Bolsonaro, que lidera as pesquisas de intenção de voto.