O governador eleito do Rio, Wilson Witzel (PSC), disse nesta terça-feira, 30, que irá pedir ao governo federal a permanência das Forças Armadas no Rio até outubro de 2019. A intervenção federal na segurança do Estado foi decretada em fevereiro, com duração até 31 de dezembro. Outra decisão no campo da segurança que Witzel já tomou foi a de pedir um levantamento nas polícias Civil e Militar sobre o número de snipers (atiradores de elite) que possam ser empregados em ações contra traficantes de drogas armados de fuzil - ele defende o "abate" desses criminosos sem que os policiais sejam responsabilizados por isso.
Para garantir a permanência dos militares no Rio, Witzel disse que ainda irá se encontrar com o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para tratar do assunto. Caso seja aprovada, esta nova etapa seria uma espécie de transição para o Rio; a diferença é que o comando será estadual, e não mais federal. Como Witzel pretende extinguir a Secretaria de Segurança (hoje a cargo do general Richard Nunes), os futuros representantes da Polícia Militar e outro da Polícia Civil ficarão vinculados diretamente ao governador. O novo contingente das Forças Armadas ainda será definido, a depender do novo governo federal.
Witzel teve nesta terça-feira a primeira reunião com o governador Luiz Fernando Pezão (MDB) sobre a transição. Os dez meses de extensão da presença das Forças Armadas seriam para cobrir o período de treinamento dos novos policiais militares que irão recompor a tropa, explicou. "Vou conversar para ter a manutenção por dez meses, com o decreto da Garantia da Lei e da Ordem.
Pezão instituiu por decreto, publicado nesta terça-feira no Diário Oficial, uma comissão de transição governamental, com os secretários da Casa Civil e Desenvolvimento Econômico, Sérgio Pimentel, Fazenda e Planejamento, Luiz Claudio Gomes, e Governo, Affonso Monnerat. A comissão terá como coordenador geral, por parte do governador eleito, José Luiz Cardoso Zamith.
Ao falar dos snipers, em entrevista à Globonews, Witzel declarou que policiais bem treinados, do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM e da Coordenadoria de Operações Especiais (Core) da Polícia Civil, agirão para "abater" bandidos com fuzil. Ele voltou a repetir uma frase da campanha: "Prefiro defender um policial no tribunal do que ir ao funeral dele. Atirou, matou, está correto". O governador eleito afirmou também que os policiais que matarem criminosos terão respaldo do Estado caso sejam levados a tribunais, e, nestes casos, deverão sair absolvidos..