A TV Globo vai recorrer da decisão do juiz Gustavo Gomes Kalil, da 4ª Vara Criminal do Rio, que mantém a proibição de divulgação do conteúdo do inquérito do caso que investiga os assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes, ocorridos em 14 de março deste ano. A decisão de Gomes Kalil atende a pedido da Divisão de Homicídios, da Polícia Civil, e do Ministério Público do estado.
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Justiça proíbe TV Globo de divulgar conteúdo de inquérito de caso MarielleArticulação de 'poderosos' tenta impedir resolução de caso Marielle, diz JungmannPolícia já identificou envolvidos na morte de Marielle, diz secretárioO magistrado considera a divulgação do conteúdo "deveras prejudicial, pois expõe dados pessoais das testemunhas, assim como prejudica o bom andamento das investigações, obstaculizando e retardando a elucidação dos crimes hediondos em análise". A decisão de Gomes Kalil proíbe a Globo de divulgar trechos do inquérito mesmo sem a identificação de testemunhas.
A emissora teve acesso ao teor do inquérito policial esta semana e veiculou duas reportagens sobre o assunto nos telejornais locais do Rio de Janeiro e nacionais. A Globo recorreu da decisão por considerar que ela fere a liberdade de imprensa e lembra que o caso é de interesse público no país inteiro e no exterior.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) discordou da decisão judicial e, em nota, afirmou que considera "que a decisão do juiz viola o direito dos brasileiros à livre circulação de informações de interesse público. A imposição de censura é uma afronta à Constituição. A liberdade de imprensa, fundamental para a democracia, deveria ser resguardada por todas as instâncias do Poder Judiciário, mas é frequentemente ignorada por juízes que, meses ou anos depois, são desautorizados por tribunais superiores."
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