O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) instaurou nesta segunda-feira, 3, um Inquérito Civil Público para apurar se há brasileiros entre os afetados no vazamento de dados de 500 milhões de clientes do hotel Marriott.
O documento, assinado pelo promotor de Justiça, Frederico Meinberg, diz que os "dados expostos traçam um verdadeiro raio x sobre a movimentação de pessoas ao redor do mundo", o que pode ter trazido danos a diplomatas, militares e chefes de Estado.
O promotor também pede explicações sobre a demora em notificar de usuários, visto que a rede de hotéis já tinha conhecimento do ataque de hacker desde setembro de 2018 e que a invasão acontece desde 2014.
Além da empresa, o MDFT notificou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e a Missão Diplomática do Reino Unido no Brasil sobre a instauração do inquérito.
Rombo
A rede de hotéis Marriott confirmou na última sexta-feira, 30, que foi alvo de um ataque hacker que expôs dados de meio bilhão de hóspedes. A invasão ocorreu por meio do sistema de reservas online da Starwood, subsidiária que a rede comprou em 2016 e inclui as marcas St. Regis, Westin, Sheraton e W Hotels. O ataque é considerado um dos maiores roubos de dados pessoais da história.
O ataque é preocupante pela quantidade de clientes atingidos e pelo detalhamento das informações expostas. Para 327 milhões vítimas, por exemplo, entre os dados roubados estão números de passaporte, endereço residencial e e-mail. Um número ainda não divulgado de afetados também teve o número e a data de validade do cartão de crédito expostos.
Ainda não há informações sobre quais países foram afetados, mas a empresa disse que todos que fizeram reservas anteriores a 10 de setembro de 2018 podem ter sido vítimas. O Marriott confirmou que aqueles que tiveram dados roubados vão receber e-mails com notificação sobre o ocorrido. O grupo de hotéis também criou um site em inglês para tirar dúvidas dos usuários.
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