A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta quarta-feira, 26, uma reforma da Previdência "capenga", na visão do consultor econômico Raul Velloso, especialista em contas públicas. Em entrevista, ele afirmou que a Prefeitura não poderia ter retirado do projeto a chamada segregação de massas, essencial para a sustentabilidade do sistema no futuro.
Como o senhor avalia a reforma da Previdência aprovada?
É a reforma do atraso. É um lamentável retrocesso em relação ao que é o ideal. Acho que as pessoas desta administração não entenderam o que significa segregação de massas.
Por que a segregação de massas é tão importante?
A segregação de massas separa as pessoas que criam déficit diretamente do Tesouro municipal (inativos), coloca essas pessoas em um fundo à parte e paga essas pessoas mediante o aporte de ativos e outros recebíveis que a Prefeitura tenha. Ela abre a possibilidade de detectar recursos que hoje estão inertes. Com o tempo, o sistema ganha sustentabilidade porque os novos servidores, como terão os próprios fundos, já nascem equilibrados.
De onde viriam esses ativos?
São ativos hoje inertes, por exemplo imóveis que a Prefeitura tem que ela pode alugar, vender ou constituir fundos imobiliários.
Mas essa reforma pelo menos dá um alívio às finanças de São Paulo? É melhor do que nada?
A situação previdenciária do Brasil se tornou grave demais para a gente se limitar a soluções capengas por mero comodismo dos dirigentes do momento, que preferem fazer o quebra-galho a enfrentar o trabalho de mobilizar os ativos e colocar no fundo, que é algo que dá trabalho. Para mim, isso se chama preguiça.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo..