O oitavo dia de ataques ainda afeta a movimentação nas ruas de Fortaleza, que é muito menor que o normal nesta quarta-feira, 9. O número reduzido de carros nas principais avenidas da capital faz o trânsito fluir com mais rapidez. Nos terminais de ônibus, apenas o do Bairro Antônio Bezerra ainda registra problemas na saída de veículos. Os demais funcionam em aparente normalidade.
Da noite de terça-feira, 8, até a madrugada desta quarta-feira, mais cinco ataques foram registrados, totalizando 185 nos últimos oito dias, na maior onda de crimes em série que o Ceará já viveu.
O primeiro caso aconteceu na noite de terça-feira, quando uma concessionária de veículos foi alvo de um ataque, na Avenida Rogaciano Leite. Um homem, que pilotava uma moto, atirou várias vezes contra o local. Uma vidraça foi quebrada e três caminhonetes que estavam expostas para venda no pátio da concessionária foram atingidas. O vigilante não ficou ferido.
Também na noite daquela terça-feira, explosivos foram apreendidos no Morro de Santiago, no bairro Barra do Ceará, em Fortaleza.
Na mesma noite, um depósito de reciclagem foi incendiado no município do Eusébio, região metropolitana de Fortaleza. Conforme a PM, os envolvidos fugiram do local sem serem identificados. O material inflamável que havia no galpão ajudou na propagação rápida das chamas. A maior parte dos produtos que estavam no local para reciclagem se perdeu.
Uma fábrica de castanhas que funciona no município de Aquiraz, também na região metropolitana de Fortaleza, foi incendiada pela segunda vez na madrugada desta quarta-feira, 9.
Também na madrugada desta quarta-feira, o prédio de uma rádio foi incendiado no município de Morrinhos, na região norte do Ceará. As chamas foram controladas depois que uma patrulha do Corpo de Bombeiros foi acionada.
Ordens do crime
Dois irmãos foram detidos com galões de gasolina e panfletos em que havia ordens de criminosos para que comércios fossem fechados e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Itaperi encerrasse suas atividades. O caso aconteceu, na noite do dia 8 no bairro Itaperi. Os suspeitos são Lucas Malen da Silva Sousa e Auricélio Nascimento Sousa Júnior.
Durante uma entrevista concedida na manhã desta Quarta-feira a uma emissora de TV, o governador Camilo Santana (PT) disse que a série de rebeliões ocorridas em 2016 destruiu o sistema penitenciário cearense. Para ele, as ações criminosas de agora são uma resposta ao trabalho de combate ao crime organizado iniciado em seu governo.
O comandante da PM, coronel Alexandre Ávila, disse que o patrulhamento ostensivo e preventivo aos ataques feito na capital e na região metropolitana está acontecendo 24 horas por dia, com cerca de mil policiais em cada turno..