A juíza Wania Regina da Cunha, da Vara de Execuções Criminais de Taubaté, suspendeu o direito da detenta Suzane von Richthofen, condenada a 39 anos de prisão pelo assassinato dos pais, de gozar três saídas temporárias da prisão este ano.
Leia Mais
Suzane Richthofen é detida durante saída temporária, mas é liberada novamenteJustiça nega pedido de liberdade de Suzane von RichthofenSuzane Richthofen e Anna Jatobá ganham saída da prisão pelo Dia das MãesElize Matsunaga, Suzane von Richthofen e Ana Carolina Jatobá são liberadas para o Dia das CriançasA juíza entendeu que a presa cometeu falta grave ao participar de uma festa de casamento, em Taubaté, quando recebeu permissão para a "saidinha" do Natal, em dezembro do ano passado. Com a decisão, Suzane teve suspensas as saídas para a Páscoa, o Dia das Mães e o Dia dos Pais deste ano, devendo permanecer na Penitenciária Feminina de Tremembé, onde cumpre a pena.
A detenta foi flagrada por policiais militares numa festa no bairro Estoril, em Taubaté, às vésperas do Natal. Os policiais foram ao local depois de uma denúncia e verificaram que Suzane estava descumprindo a regra que a obrigava a permanecer no endereço declarado para a saída condicional da prisão. No caso, ela deveria estar na casa do namorado, em Angatuba, a 330 km. Na ocasião, a juíza plantonista, Sueli Zeraik, entendeu que não havia irregularidade e permitiu que Suzane continuasse em saída temporária. O Ministério Público Estadual entrou com recurso.
No julgamento, a juíza de Execuções Criminais considerou que houve a falta grave, pois era obrigatório que, ao sair da prisão, Suzane seguisse para o endereço indicado. Também foi considerado o fato de que Suzane já havia cometido uma falta anterior ao ter informado endereço errado à administração do presídio quando saiu para passar o Dia das Mães com a família, em 2016. Na época, ela ficou por dez dias em cela solitária e respondeu a processo administrativo.
Suzane já cumpriu 16 anos de prisão e a Defensoria Pública de Taubaté entrou com pedido de progressão para o regime aberto, o que permitiria o cumprimento do restante da pena fora da prisão.
A Defensoria Pública foi procurada e informou que o procurador que cuida do caso não iria se manifestar sobre o processo. A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) afirmou que o processo de Suzane von Richthofen encontra-se em segredo de justiça. "À SAP cumpre realizar a custódia na medida das normas impostas pelo Poder Judiciário", disse, em nota. O MP informou que não se manifesta sobre processos em segredo de justiça.
Suzane foi acusada de tramar a morte dos pais, Manfred e Marísia von Richthofen, em 2002, em São Paulo, na companhia dos irmãos Cristian e Daniel Cravinhos, então seu namorado. Dos três, apenas Daniel saiu da prisão para cumprir a pena em regime aberto..