Do néon ao metalizado, do retrô ao futurista. No carnaval 2019, cabem muitas décadas: das cores estilo marcador de texto, que reinaram nos anos 1980, às metalizadas - além das técnicas holográficas -, que remetem a um tom tecnológico e moderno das décadas futuras. A paleta de possibilidades expandiu e, nas ruas paulistanas, haverá uma explosão de cores ainda maior do que em folias passadas.
O carnaval também promete ser ainda mais pelado: os bodies já estão dando lugar aos biquínis, tops e croppeds. Na parte de baixo, a novidade são os shorts cintura alta, no estilo retrô. Mas não importa tanto a parte de cima, se é body ou top. O que interessa, dizem as consultoras de imagem e designers de moda, é usar verde-limão, azul berrante, laranja exagerado ou rosa espalhafatoso.
"O tule já está um pouco ultrapassado, mas, se você não quiser deixar de lado a sua saia do ano passado, uma ideia é usar com alguma peça néon para compor o figurino e se manter na tendência", afirma a consultora de imagem Paula Castro.
Na cabeça, apostam especialistas, vão dominar os adereços clássicos de penas e flores, mas também os de conchas e frutas. Tiaras e cabeças já montadas devem conquistar os foliões. Outra opção para o figurino é a viseira. "Os anos 80 voltaram com força, trazendo a viseira, a pochete, o néon", diz Paula.
Dona da marca Transbordô, a designer de moda Raisa Terra, de 31 anos, vê uma tendência sportwear, do visual esportivo, no carnaval. "Vai ser uma mistura de anos 80 com esporte, néon com metalizado. Até a pochete foi ficando mais esportiva. Esses elementos foram incorporados ao carnaval."
Para ela, além de mais esportivo, a tendência do carnaval 2019 é também muito mais multicolor em relação à folia do ano passado.
"Os produtos que estou fazendo mudaram muito e a paleta de cores também. Em 2018 iam bem o unicórnio e o arco-íris e de holográfico, o prata e o ouro. As minhas pochetes tiveram 12 cores no ano passado, e eram cores primárias. Este ano, vou fazer pochetes néon."
Em alta
O crescimento do carnaval de São Paulo impulsionou comerciantes, que embarcaram nas
tendências fashionistas e apostam na qualidade e na criação. "É o terceiro ano em que trabalho firme esta época, mas nunca tinha pensado no carnaval como oportunidade. É o momento em que vendo mais. Antes era o Natal."
Karina Theodoro, gerente da loja Bendita Seja, na região da Rua 25 de março, diz que o estabelecimento percebeu em 2018 o boom do carnaval paulistano e, por isso, vem estudando as tendências. Investiram desde o início do ano em peças com muitas penas, flores e frutas. Foram confeccionadas ainda tiaras com as palavras "plena", "tombei" e "oi, sumido". Os preços vão de R$ 14,90 a R$ 39,90. Há ainda pochetes de glitter, tatuagens e brincos metalizados.
"Foi surreal. O pessoal começou a sair carregado da loja, como se os produtos custassem R$ 1,99, diz Karina. "Vendemos bem para o atacado, principalmente para Recife, Salvador e Fortaleza, onde o carnaval já começou. Com chegada dos blocos em São Paulo, então vamos vender mais para o varejo."
Pochetes
Para carregar celular e dinheiro, a pochete, que voltou com força no carnaval passado, consolidou-se. Básicas, gliterizadas ou holográficas, já pode ser compradas em banquinhas da 25 de março por preços que vão de R$ 25 a R$40. As holográficas nas cores preta e prata são as que esgotam primeiro no comércio ambulante.
Embora tenha adorado a volta do néon, a funcionária pública Dolores Bombonato, de 59 anos, diz que ainda tem restrições em relação à pochete. "O néon adotei, tanto no batom quanto nas fantasias. Mas pochete não sei se vou adotar, acho que marca no corpo."
A empresária Barbara Prado, de 23 anos, procurava brincos em cor metalizada em uma loja na região da 25 de março. "Não gosto muito de glitter, então quero caprichar nos brincos e nas tiaras", aposta. "Também vou usar muito neon, que é a cor deste carnaval."
Máscaras de ator e Bolsonaro entre as mais vendidas
Foi-se o tempo em que o carnaval era dominado por máscaras de pierrot e colombina. Neste ano, o ator Fábio Assunção deve ser a "cara" da vez entre os foliões. Além do artista global, quem for às ruas atrás dos blocos encontrará mascarados com os rostos do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Justiça, Sérgio Moro. As máscaras do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também seguem vendendo bem, dizem comerciantes da Rua 25 de Março.
Nas lojas, fazem sucesso as máscaras de plástico, com o rosto em alto relevo, mais bem acabadas. Já os vendedores ambulantes apostam nos modelos mais simples, feitos em papel.
O ator Fábio Assunção virou máscara de carnaval depois de se tornar meme nas redes sociais no fim de 2018, quando foi flagrado visivelmente alcoolizado. Em anos anteriores, políticos, como o ex-deputado federal Eduardo Cunha e a ex-presidente Dilma Rousseff, viraram máscaras, além do agente da Polícia Federal Newton Ishii, conhecido como "japonês da federal".
Preços na 25 de Março
Máscara do Fábio Assunção: R$ 1,90
Pochetes: R$ 25 a R$ 40
Saia de tule: R$ 20
Cropped néon: R$ 25
Biquini com búzios: R$ 60
Brincos metalizados: R$ 8
Tiaras de cabeça: R$ 14,90 a R$ 39,90
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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