Último megabloco a desfilar no pós-Carnaval 2019, o tradicional Monobloco, que sai há 19 anos pelas ruas do Rio, deu uma aula de harmonia na música e no comportamento, fazendo das três horas de desfile uma consagração da tolerância religiosa e de gênero, sem tumultos ou brigas, apenas registrando pequenos furtos.
O bloco desfilou no mesmo local do Bloco da cantora Ludmilla, que na terça-feira de Carnaval foi alvo de uma grande confusão causada pela polícia, que atirou bombas de efeito moral para dispersar a multidão e acabou causando ferimentos em mais de 200 pessoas no tumulto.
Este ano, o bloco comandado pelo cantor Pedro Luís (ex-Pedro Luís e a Parede) fez homenagem dirigida às mulheres da Música Popular Brasileira, com a apresentação do repertório de cantoras como Cássia Eller, Elza Soares, Fernanda Abreu, entre outras.
Também teve espaço para Pedro Luís evocar "Os Orixás", além de homenagear a campeã do Carnaval 2019, Mangueira, que também homenageou mulheres como a vereadora Marielle Franco, assassinada há quase um ano e cujo crime ainda não foi desvendado.
Conhecido pelo bom humor nas críticas políticas, não faltou a lembrança a uma das últimas polêmicas do presidente Jair Bolsonaro, com algumas cuícas da bateria decoradas com chuveiros dourados, em referência ao questionamento de Bolsonaro sobre o que era "Golden shower" no Twitter, que ganhou dimensão internacional.
O Monobloco levou menos foliões para a rua do que os megablocos das cantoras Ludmilla (1 milhão) e Anitta (400 mil), mas, mesmo assim lotaram o Centro do Rio e mobilizaram um efetivo de 700 policiais para manter a ordem. Nenhum registro de violência grave foi feito, segundo a Polícia Militar. Outros cerca de 20 blocos menores saem hoje no Rio, encerrando de vez o Carnaval, como o Boêmios da Lapa (Centro) e o Fofoqueiros de Plantão (Jardim Botânico).
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