O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse nesta terça-feira, 5, que não está familiarizado com o uso de snipers (atiradores de elite) pelo governo do Estado do Rio de Janeiro, autorizado pelo governador Wilson Witzel, mas que concorda que o policial "não precisa esperar levar um tiro para reagir".
"Não estou familiarizado com essa questão, e precisaria entender melhor ao que o governador está se referindo. O fato é que um policial não precisa esperar levar um tiro de fuzil pra reagir, as ter que ver as circunstâncias" , disse depois de participar de uma palestra fechada ao público não pagante na maior feira de defesa e segurança da América Latina, a Laad 2019.
Segundo ele, no Rio existem organizações realmente perigosas que precisam ser combatidas e é um grande desafio, que deve ser feita junto com políticas sociais.
"Não há nenhuma dúvida de que milícias são organizações criminosas. Pra mim, Comando Vermelho, PCC e milícias é tudo a mesma coisa. Muda um pouco o perfil do criminoso, mas ainda assim estamos falando de criminalidade grave e que tem que ser combatida", afirmou.
Ele destacou a necessidade de melhorar as condições dos presídios com raio x, bloqueio de celulares e a questão de comunicação e tecnologia.Os recursos para isso,porém, reconhece "são limitados", mas que pretende utilizar o que existe "da melhor forma possível", explicou.
"Temos que investir na tecnologia para facilitar o trabalho dos agentes de segurança e diminuir os recursos financeiros empregados. Sempre temos que estar acompanhando os desenvolvimentos tecnológicos"
Sobre o pacote anticrime e anticorrupção que já foi apresentado ao Congresso, mas que enfrenta a concorrência da reforma da Previdência, Moro se mostrou otimista e confiante de aprovação.
"Nós vamos equalizar as regras da Previdência porque nós temos um problema fiscal a ser enfrentado, (porque senão) vai faltar recursos para a Segurança Pública, pra Educação, pra Saúde. E o projeto anticrime também é importante. São questões pontuais da Segurança e da Justiça que precisam ser resolvidos, a questão por exemplo de colocar clara na lei a execução da condenação em segunda instância", avaliou.
"Acho que com diálogo e a confiança de que em mais ou menos tempo, com eventuais modificações ou aprimoramentos o governo vai conseguir aprovar esse projeto no Congresso", disse Moro, saindo em seguida após afirmar aos jornalistas que já haviam sido feitas as cinco perguntas combinadas..