O jovem de 19 anos, principal suspeito de envolvimento na morte de Natália Ribeiro dos Santos Costa, 19 anos, compareceu pela segunda vez à 5ª Delegacia de Polícia (Área Central), responsável pelo caso. Desta vez não foi conduzido por agentes e não estava algemado. Ao lado do advogado, ele foi até o local para fazer um exame de corpo de delito, a fim de conferir se há material genético da vítima na mordida no braço do suspeito. O suspeito alegou, em depoimento, ter sido lesionado por Natália. Na ocasião, ele afirmou que a marca teria sido feita para causar "ciúmes" à namorada dele, que o acompanhou até o clube onde a vítima participava de um churrasco com amigos no Clube Almirante Alexandrino (Caalex).
Aos investigadores, o suspeito apresentou uma versão contraditória aos fatos coletados anteriormente, na segunda-feira (1º/4). Disse que não havia entrado no lago com Natália, o que foi desmentido em imagens registradas pela câmera de segurança do Grupamento de Fuzileiros Navais, vizinho ao Caalex. Após esta constatação, o investigado teria confessado ter entrado na água, mas que não lembrava claramente dos fatos, por estar embriagado.
O Correio teve acesso ao vídeo, que mostra os dois correndo juntos no barranco que dá acesso ao lago. Ficam na beira conversando, até que a menina tenta levá-lo para a água. Em um primeiro momento ele se recusa, mas depois acaba entrando. Inicialmente os dois ficam em uma parte mais rasa, em um dado momento mergulham por alguns segundos e reaparecem em uma área mais funda, imersos até a altura do pescoço. A menina novamente afunda e o jovem olha e, depois, sai da água, senta-se e fica observando do lado de fora. Ele chega a entrar no lago mais duas vezes antes de voltar para o local da festa. Pelas imagens, não é possível precisar se ele teria provocado o afogamento ou se a jovem afundou sozinha.
Nem o suspeito nem amigos que acompanhavam Natália chegaram a acionar os bombeiros para fazer buscas pela jovem. Em depoimento, as amigas disseram que a vítima não sabia nadar, versão que foi rebatida pela mãe, Edivânia Ribeiro dos Santos, 47. "Ela sempre ia para clubes, piscinas, para a praia. Sabia nadar. Mesmo que tivesse tido um mau súbito, não tem cabimento ninguém chamar um bombeiro para resgatá-la. É uma crueldade e queremos justiça", apela a mãe.
Nenhum delegado deu declarações sobre o caso. A assessoria de comunicação da Polícia Civil também não se pronunciou. Para resolver o caso, os investigadores analisam as filmagem e aguardam o laudo do afogamento. Eles só descartam a possibilidade de suicídio.
Natália é velada na Capela 7 do Campo da Esperança (Asa Sul). O cortejo está marcado para as 15h30 e o sepultamento para as 16h.