Dois integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) foram expulsos do Paraguai por ordem do governo nacional, informou nesta terça-feira, 7, a Direção Geral de Migrações daquele país. Os brasileiros Carlos Henrique Silva Candido Tavares, o "Faixa", de 38 anos, e Oziel Rizzo de Sá, o "Padrinho", de 37, são acusados de cooptar paraguaios na unidade prisional em que estavam detidos para as atividades criminosas da facção. Os dois são considerados líderes qualificados na estrutura da facção. O "Faixa" era homem de confiança do narcotraficante Jarvis Chimenez Pavão, extraditado para o Brasil em dezembro de 2017.
Os dois estavam presos no Grupamento Especializado da Polícia Nacional, em Assunção, a mesma penitenciária onde cumpria pena Marcelo Piloto, ligado ao Comando Vermelho, deportado em novembro do ano passado, após assassinar uma jovem no interior do presídio. Os deportados foram entregues à Polícia Federal do Brasil na noite de segunda-feira, 6, no setor brasileiro da Ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu (PR). Eles cumpriam pena de 14 anos, após serem capturados em novembro de 2014, quando tomaram uma família como refém durante um assalto.
Segundo a denúncia, o "Padrinho" e o "Faixa", na companhia de outros dois criminosos, sequestraram um produtor rural em Santa Rita, no Paraguai, e o levaram para sua casa, fazendo a família refém. A polícia paraguaia cercou o local. Os dois cúmplices foram mortos, mas os brasileiros do PCC só se entregaram depois de oito horas de negociações.
De acordo com o Ministério do Interior do Paraguai, outros 17 integrantes da facção paulista, presos em unidades paraguaias, estão com processos de expulsão ou deportação para o Brasil adiantados. Desde o início do ano, o Paraguai mandou de volta para prisões brasileiras ao menos 30 presos, suspeitos de ligação com facções brasileiras que agem no país vizinho..