Em encontro com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, um grupo de educadores que venceu o prêmio "Professores do Brasil" fez um ato e levantou livros de Paulo Freire durante a fotografia oficial. Entre os 30 professores presentes ao evento, em um hotel no bairro de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, ao menos oito tinham o livro de Paulo Freire em mãos - alguns ergueram seus exemplares durante a foto ao lado do próprio ministro.
"Foi uma manifestação respeitosa e silenciosa. Soubemos anteontem (sexta, 24) que ele participaria do encontro. Então, pensamos em colocar a nossa posição contra o corte de recursos para as universidades. E também mostrar a importância de Paulo Freire", disse a professora Ana Beatriz Maciel, 34 anos.
Questionado sobre a manifestação dos professores, Weintraub disse respeitar opiniões diferentes das dele. "Ela tem o direito de dizer 'Viva Paulo Freire'. Eu também tenho o direito de dizer que o único lugar que segue Paulo Freire é o Brasil.
No encontro, o ministro criticou o que ele chama de "narrativa" que pretende mostrá-lo como inimigo dos professores. "Eu quero saber como está sendo gasto o dinheiro - que não está indo para vocês", disse Weintraub. Ele reforçou que aquilo que vem pedindo às universidades é transparência.
Sobre as críticas que vem recebendo, Weintraub disse que tem sido até chamado de nazista pelos críticos. "Nada mais horroroso que alguém que teve familiar que foi para um campo de concentração ser chamado de nazista."
Criado pelo Ministério da Educação, o prêmio "Professores do Brasil" tem o objetivo de valorizar o trabalho dos professores da rede pública. Os premiados seguirão para Quebec e Ottawa, no Canadá.