Dezesseis famílias deixaram o prédio onde vivem no bairro Maraponga, em Fortaleza, pouco antes do desabamento parcial do imóvel na tarde do sábado, dia 1º. Os moradores foram alertados por vizinhos, que escutaram ruídos e viram as rachaduras na base do edifício. Ninguém ficou ferido.
"Todo mundo ouviu e começou a jogar pedras nas janelas, para que as pessoas saíssem", conta a autônoma Priscila Eugênio, de 29 anos. "Saiu criança aí de dentro. Saiu mulher só com um lençol, porque não teve como vestir a roupa. Todo mundo veio do jeito que estava, gritando", conta ela.
Leia Mais
SP: mãe se joga de prédio após supostamente atirar filha pela janela do 5º andarRotina de medo marca início do ano em FortalezaFamílias são retiradas de casa por risco de rompimento de barragem no CearáPrédio residencial de sete andares desaba em Fortaleza; veja vídeoAinda no sábado, a área do prédio foi interditada e os moradores, encaminhados para as casas de parentes. Por segurança, outros doze imóveis próximos também foram esvaziados, segundo o Corpo de Bombeiros do Ceará. No domingo, 2, a equipe de resgate ainda salvou um cachorro e pássaros dos moradores, que haviam ficado dentro dos apartamentos.
Após o afundamento das pilastras de sustentação, o prédio ficou inclinado e o risco de desabamento total, conforme o Corpo de Bombeiros, é considerável. É necessária, no entanto, uma avaliação mais detalhada da perícia, prevista para começar nesta segunda-feira, 3, para decidir o que fazer com a estrutura.
Em nota, a Defesa Civil de Fortaleza informou que esteve no edifício duas vezes antes do incidente e, ao constatar os riscos, orientou os condôminos a procurar um engenheiro.
Apreensão
Quem vive perto do edifício está receoso. A representante comercial Noemi Martins, de 50 anos, que mora em frente ao prédio, acredita que a estrutura tem cedido aos poucos desde sábado. O medo agora é de que um novo desabamento comprometa a própria casa: "A gente está vivendo um terror. Ninguém come nem dorme.
A avaliação é a mesma da guarda municipal Marta Candea, de 55 anos, cuja residência fica a cerca de 50 metros do edifício em risco. "Se for um efeito dominó, vai cair tudo em cima da minha casa", afirma ela. .