Jornal Estado de Minas

Mulher arrastada por carro agradece a Deus e pede ajuda para trabalhar

Apesar das dores e roxos espalhados pelo corpo, a diarista e vendedora ambulante Marina Izidoro de Morais só tem a agradecer. "Fiquei muito arranhada, cheia de marcas e roxos. Ainda tenho muita dor, mas estou tomando remédio e passando pomada, agradecendo a Deus por estar viva", afirmou a mulher arrastada por um carro no domingo (16/6), presa pelo barbante dos balões que vendia. O casal que dirigia o automóvel pode ser indiciadas por tentativa de homicídio.

“Quando fui pegar (os balões que o casal pediu), a mulher puxou a corda que estava amarrada na minha mão, prendendo os balões. Quando ela fez isso, o homem fechou o vidro e arrancou com o carro, me arrastando. Vi a morte de perto. Não tem o que explique. Só muita maldade”, lamenta Marina.

No acidente, Marina se machucou e perdeu o dinheiro da venda daquele dia, com o qual pagaria o aluguel da casa onde mora com o filho, em Taguatinga Sul.
Agora, o desafio de Marina - além de se recuperar dos ferimentos nas mãos, no rosto e nos punhos - é o de encontrar trabalho. A diarista conta com a ajuda das pessoas: o dono da casa onde mora deixou que o aluguel seja pago mais tarde e muitas mensagens oferecendo ajuda já chegaram. "É muito bom ter esse acolhimento porque não podia ficar sem trabalhar”, comemora Marina.
 
O delegado responsável por investigar o caso espera que o casal suspeito pelo crime se apresente até esta terça-feira (18/6). A ocorrência é tratada, inicialmente, como uma lesão corporal, mas, segundo o chefe da 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro), pode evoluir até para uma tentativa de homicídio. “Somente as investigações vão poder dizer qual a proporção do fato”, explicou o delegado Josué Ribeiro.
 
Ele acredita que o motorista não tenha tido intenção de arrastar Marina Izidoro de Morais, 63 anos. “A passageira do carro puxou o balão da mão da vendedora, mas, possivelmente, pode não ter notado que eles estavam presos no pulso da vítima”, esclareceu o delegado.

Nas redes sociais, uma internauta contou ter visto o exato momento em que a vítima caiu no asfalto e foi arrastada pela força do veículo. A Polícia Civil tenta localizar a testemunha para colher depoimento formal dela.
 
Entenda o caso
 
Marina estava trabalhando na porta de uma escola particular de Taguatinga Sul no domingo (16/6), desde às 11h, vendendo balões.
Por volta de 19h30, um casal em um carro de luxo parou na sua frente e pediu desconto nos produtos. Já na negociação eles ficaram irritados, mas pediram para levar três. 
 
Logo em seguida, a passageira do carro agarrou os balões que Marina Izidoro levava amarrados no braço e o motorista arrancou, derrubando a idosa, que acabou arrastada pelo asfalto por cerca de 100 metros. Os bombeiros fizeram o socorro e a levaram para o Hospital Regional de Taguatinga com diversas escoriações no corpo. 
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