Agentes da 5ª Delegacia de Polícia, em Brasília, prenderam oito integrantes de uma quadrilha composta por travestis e homossexuais. O grupo é especializado em extorquir pessoas do público LGBT em Brasília, Goiás, Ceará e São Paulo. Os criminosos filmavam encontros sexuais com as vítimas e, depois, ameaçavam mostrar as imagens para familiares próximos delas.
Durante a relação sexual, os acusados passavam a filmar o ato e, logo em seguida, saiam do esconderijo. A partir desse momento, iniciava a extorsão da vítima, obrigando-a a entregar senhas bancárias, assim como passar o cartão de crédito dela em máquinas dos suspeitos. Eles também usavam aplicativos de bancos nos celulares das vítimas para realizar empréstimos e transferências. Duas vítimas em Brasília chegaram a pagar R$ 12 mil e R$ 17 mil aos golpistas.
O grupo ameaçava publicar os vídeos e mostrar para familiares das vítimas. No entanto, mesmo quando a pessoa colaborava com o grupo, havia agressão física. A vítima era chamada de "maricona" (homossexual de idade mais avançada) e outros termos depreciativos.
Para impedir que as vítimas procurassem a polícia, os suspeitos mantinham as imagens e afirmavam que divulgariam o material. No Distrito Federal, três vítimas foram identificadas e prestaram esclarecimentos aos investigadores. Dois deles são casados e o grupo ameaçou mostrar os vídeos pornográficos às companheiras.
A investigação da 5ª DP iniciou em janeiro e, por meio das provas coletadas, conseguiu que a Justiça expedisse oitos mandados de prisão contra membros da quadrilha. Cinco deles foram presos durante o dia de segunda-feira (24/6) e chegaram ao DF ainda pela noite. Três dos envolvidos estão foragidos. Também houve o cumprimento de um mandado de busca e apreensão.