Jornal Estado de Minas

Mãe biológica reencontra filho após 31 anos

Mais de três décadas se passaram entre o dia em que uma mãe solteira de 22 anos  entregou o segundo filho, recém-nascido, para um casal adotante e o reencontro entre os dois. Foi com a ajuda dos investigadores da 1 Delegacia de Polícia (Asa Sul), no Distrito Federal, que a genitora, que tem a identidade preservada pela polícia, conseguiu localizar o filho, 31 anos depois da adoção. 

 

A mulher, atualmente com 55 anos, procurou a Polícia Civil do Distrito Federal em abril deste ano, na tentativa de rever o filho. Aos agentes ela relatou que o menino nasceu no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) e que, poucos dias após o parto, ela decidiu entregar o bebê a um casal que aceitou cuidar da criança. Ela alegou que, à época, estava separada e já tinha uma filha e, por isso, não teria condições de criar outro filho

 

Uma amiga ajudou a mulher a encontrar alguém que ficasse com o menino. A adoção foi feita de forma ilegal e, por isso, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT) avalia se o caso deve ou não ser tratado de forma criminal. 

 

O casal adotante já tinha uma filha quando resolveu acolher o menino. À polícia, eles alegaram ter medo que a mãe abandonassem a criança e, por isso, decidiram criá-lo. Quando o filho adotivo fez dois anos, o casal descobriu que ele tinha uma grave doença que impediu o desenvolvimento intelectual. A família estava morando fora do país quando foi procurada pela PCDF. 

 

Em junho deste ano, o casal levou o filho ao encontro da mãe biológica.

Cabe à Justiça decidir se os pais adotivos responderão criminalmente ou será concedido o perdão judicial. Nos crimes de adoção "à brasileira", a pena pode ir de um a dois anos de detenção.

Caso Sueli 

Em abril, um caso parecido virou manchete em diversos jornais. Sueli Silva, 54, reencontrou o filho, Ricardo Araújo, 38, após 38 anos separados. Ricardo foi sequestrado em 1981, na maternidade do Hospital Regional do Gama (HRG). Na época, um funcionário do abrigo na Colônia Agrícola de Corumbá, em Goiás, onde Sueli foi criada, pediram para segurar o bebê e sumiram com a criança. 

 

Sueli tinha apenas 16 anos quando engravidou. Órfã de mãe e abandonada pelo pai, ela cresceu no abrigo, onde foi abusada sexualmente e tinha uma relação conflituosa com a dona da instituição. A mulher, conhecida como "tia Marta", morreu e é apontada pela Polícia Civil como provavel mandante do sequestro. 

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