Jornal Estado de Minas

Anvisa responde ministro que acusa órgão de legalizar maconha no país

Às vésperas do início de agosto, mês que se encerram as consultas públicas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a regulamentação do cultivo e da produção da cannabis medicinal no Brasil, a agência realiza uma audiência pública para discutir as consultas e avançar na discussão do tema. Nesta quarta-feira (31/7), o presidente da Anvisa, William Dib, afirmou que acredita que a redação final da proposta ficará pronta no final de outubro. 

“Na teoria, a redação final depende do número de sugestões que precisam ser analisadas. Acredito que com esforço podemos conseguir uma proposta final no final de outubro”, avaliou. O debate acontece uma semana depois do ministro da cidadania, Osmar Terra, defender encerrar as atividades da Anvisa caso o órgão aprove as regras sobre cultivo de cannabis no Brasil para produção de medicamentos. 

Na abertura do debate o presidente respondeu as últimas declarações feitas pelo ministro que, na terça-feira (30/7), disse à Folha de São Paulo que o que Anvisa faz “é o primeiro passo para a legalização da maconha no Brasil”. Dib afirmou que cumpre um processo de ordem legal e que não vê viabilidade para encerrar a proposta. “Não posso responder sobre o uso recreativo da maconha. Isso é problema de Estado, do país, de segurança”, respondeu o presidente da Anvisa.

No discurso de abertura da audiência, doutor Dib afirmou que reconhece que a agência reconhece a necessidade de ofertar produtos com o acesso mais simples. “Essa diretoria não está fazendo nada aleatório, está fazendo por luta, por pesquisas científicas”, diz.

Ao longo do dia, a audiência pública discutirá as duas consultas públicas abertas.
Uma delas trata dos requisitos técnicos e administrativos para o cultivo da planta, exclusivamente para fins medicinais e científicos, por empresas farmacêuticas. Já a outra aborda o registro de medicamentos produzidos com princípios ativos da planta.
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