Vídeo mostra momento em que o sequestrador do ônibus na Ponte Rio-Niterói é atingido por policial
%u2014 Jornal O Dia (@jornalodia) August 20, 2019
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Após três horas e meia de cerco, chegou ao fim o sequestro do ônibus da viação Galo Branco na Ponte Rio-Niterói, Rio de Janeiro. O bandido foi baleado com seis tiros na perna às 9h02 por um atirador de elite ao descer veículo.
Segundo informações da Polícia Militar, o sequestrador, que usava uma arma de brinquedo, está morto. Os 36 passageiros mantidos como reféns passam bem. As duas pistas da ponte Rio-Niterói chegaram a ser interditadas, mas já foram liberadas.
A #PMERJ informa que foi encerrada a ocorrência com reféns, na Ponte Rio-Niterói. O Tomador de Refém foi neutralizado por um atirador de precisão do #BOPE e todos os reféns foram libertados ilesos.#PMERJ #AoLadoDaPopulação #SempreAtuante #ServireProteger pic.twitter.com/US383ZOAVs
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O crime
O sequestro teve início por volta de 5h30 da manhã desta terça-feira, 20, quando um homem armado, que se identificou como policial militar, entrou no coletivo da linha 2520, que vinha do Jardim Alcântara (São Gonçalo, região metropolitana do Rio) com destino ao Estácio (região central da cidade), levando 36 passageiros a bordo. Meia hora após o embarque, ele ordenou que o condutor atravessasse o veículo na pista.
Identificado como Willian Augusto da Silva, o homem de 20 anos foi cercado pela polícia rodoviária e pelo Batalhão de Choque da PM por volta das 6h30. Ao longo das negociações, que duraram três horas e meia, o rapaz liberou seis reféns: quatro homens e duas mulheres. Uma das vítimas desmaiou no asfalto ao ser resgatada.
Wilian não fez nenhuma demanda específica. Apenas afirmou portar um revólver, uma pistola de choque e combustível, e chegou a ameaçar colocar fogo no coletivo. As vítimas estavam com celular dentro do transporte e imagens do interior do ônibus circulam nas redes sociais.
Em torno de 9h, o atirador de elite da PM disparou contra o criminoso. Os tiros foram dados de cima de um caminhão. Os policiais comemoraram o fim dos trabalhos. Em seguida, fizeram uma oração. A motivação do sequestrador ainda é desconhecida, mas a PM considera que a ação foi premeditada.
O governador Wilson Witzel (PSC) foi ao local da ocorrência de helicóptero e celebrou o desfecho do sequestro. Ele consideração atuação dos agentes envolvidos como "de exceleência" e determinou que eles fossem promovidos. Os nomes dos policiais foram omitivos para evitar retaliação de criminosos.
Sequestro do ônibus 174 faz 19 anos
Em 12 de junho de 2000, Sandro Barbosa Nascimento manteve como reféns passageiros do ônibus da linha 174 da Viação Amigos Unidos, no Jardim Botânico, zona sul do Rio de Janeiro. Transmitida pela televisão ao vivo para todo o País, a ação durou mais de quatro horas e terminou com a morte de uma passageira e do sequestrador.
O sequestro começou por volta das 14 horas. Com um revólver calibre 38, Sandro manteve dez pessoas reféns no coletivo. O veículo foi cercado pela Polícia Militar, e o rapaz passou a usar as câmeras de TV para fazer ameaças performáticas, pondo a cabeça para fora do ônibus com a arma em punho e mandando uma refém escrever com batom frases de terror nos vidros.
Depois de uma longa negociação e com quase todos os reféns libertados, por volta das 18h45, Sandro desceu do ônibus levando consigo, como escudo humano, a professora Geísa Firmo Gonçalves, de 20 anos. Nessa hora, um policial do Batalhão de Operações Especiais (Bope) se aproximou e atirou quase à queima-roupa, com arma de grosso calibre.
O disparo do policial, que tinha como alvo o assaltante, acertou a professora. Sandro também disparou contra ela. A passageira morreu. Sandro foi rendido e morto minutos depois na viatura da PM. Em 1992, ele havia sobrevivido à chacina da Igreja da Candelária, no centro do Rio, que matou oito meninos de rua em ação atribuída a policiais.
Depois da tragédia de 2000, a linha 174 foi rebatizada para 158. Em 2002, o episódio foi tema de um premiado documentário, Ônibus 174, do diretor José Padilha, que cinco anos mais tarde dirigiria o longa-metragem Tropa de Elite. E, em 2008, o caso ganhou outra releitura de ficção no cinema - Última Parada 174, de Bruno Barreto.