O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), defendeu nesta terça-feira, 27, durante a reunião com o presidente Jair Bolsonaro e outros governadores de estados da Amazônia, que a soberania da região não deve ser afirmada retoricamente, mas sim, com o cumprimento de deveres. Ele também defendeu o diálogo com outros países e criticou a "satanização" das Organizações Não Governamentais (ONGs) que atuam na região.
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Em reunião sobre queimadas, Bolsonaro criticou ''indústria da demarcação de terras'' indígenasGoverno estuda veto a fogo em período seco na AmazôniaGovernadores da Amazônia Legal defendem uso do dinheiro do G-7Navio sob risco no Maranhão tem 295 mil toneladas de minérioBolsonaro só aceita ajuda do G7 à Amazônia se Macron "retirar insultos"O governador, que é de um partido de oposição ao governo federal, afirmou que não é preciso alterar a legislação atual porque esta já trata do uso sustentável da Amazônia. "Não precisamos de qualquer mudança legislativa. Todos os instrumentos já foram aprovados por governos anteriores. Na Constituição está definido que a Amazônia é território nacional, indeclinável para todos. Soberania nacional não se afirma retoricamente, e sim, mediante deveres. É uma obrigação", afirmou.
O governador do Maranhão defendeu ainda que o Brasil aceite ajuda financeira internacional para combater desmatamento e incêndios na Amazônia. Dino também criticou uma retórica que tem sido bastante usada por Bolsonaro de que as ONGs atuam na região para atender a interesses externos e que teriam culpa na intensificação das queimadas.
"Não podemos dizer que as ONGs são inimigas. Não é tocando fogo nelas que vamos salvar a Amazônia. Tem que separar o joio do trigo. Não sou daqueles que sataniza as ONGs, isso é um equívoco. Temos organizações de imensa seriedade que atuam aqui", disse.
O governador também afirmou que o extremismo não é adequado na resolução de situações como essa. "O meio termo é a melhor receita porque quando se solta uma faísca em níveis mais altos, pode-se chegar a um incêndio na base. Não é com postura reativa que vamos sair dessa crise. É preciso ter moderação e diálogo", disse.
Em reação ao discurso de Dino, o presidente Jair Bolsonaro citou o número de pedidos para registro de novas terras quilombolas e indígenas na Amazônia Legal, destacando que o agronegócio pode ficar "inviabilizado" no Brasil.
Bolsonaro também destacou a fala do presidente francês, Emmanuel Macron, dizendo que ele "baixou o tom" hoje, mas que "seu objetivo é o mesmo", sem dar mais detalhes. Na sequência, leu publicação de apoio feita pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no Twitter. "Aqui não tem esquerda e direita, é soberania nacional", declarou.