O ministro de Meio Ambiente, Ricardo Salles, está internado Hospital das Forças Armadas (HFA) em Brasília. Segundo relatório médico divulgado pelo HFA, Salles, de 44 anos, chegou à unidade com quadro de mal estar na noite dessa terça-feira (27). Ele teria passado passado a madrugada sem intercorrências graves, mas a equipe médica optou pela internação para a realização de exames de rotina.
Salles participaria esta manhã, às 9h, de uma cerimônia para assinatura do Acordo de Cooperação Técnica Águas Jurisdicionais Brasileiras no Gabinete do Comandante da Marinha, em Brasília. O evento, que contaria ainda com a participação do Ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, foi cancelado.
Crise ambiental e política
Advogado e administrador, Ricardo Salles enfrenta uma das maiores crises ambientais já registradas, com a pressão internacional pelo fim das queimadas na Amazônia. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais mostram que, entre 1.º de janeiro e 24 de agosto deste ano, houve 79.513 focos. O número é 82% maior em relação ao mesmo período do ano passado. É também o mais alto dos últimos sete anos.
As críticas mais duras à pauta ambiental do governo partiram do presidente da França, Emmanuel Macron, que fez acusações a Bolsonaro e levou a questão para a cúpula o G-7 - reunião periódica entre países ricos, da qual participam Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido.
Salles encara ainda a rejeição de seus colegas de partido, o Novo. No último sábado, membros da sigla protocolaram um pedido para que o ministro tenha sua filiação suspensa enquanto exerce o cargo executivo.
Enviado à Comissão de Ética da legenda, o requerimento solicita ainda que chefe da pasta do meio-ambiente seja investigado por sua conduta à frente da crise das queimadas na Amazônia. O procedimento pode culminar em expulsão.