Ao lado do presidente do Chile, Sebástian Piñera, o presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quarta-feira, 28, que haverá um encontro dos países amazônicos em Letícia, na Colômbia, para discutir uma "política única" sobre a preservação do meio ambiente e regras para exploração na região. A reunião está prevista para ocorrer no dia 6 de setembro. Bolsonaro não especificou quais países vão participar do encontro, mas deixou claro que a Venezuela ficará de fora.
Ele também voltou a criticar o presidente francês, Emmanuel Macron. "O que ele (Macron) fez no tocante ao Brasil, primeiro ao ofender presidente da República eleito democraticamente e depois relativizar nossa soberania, isso despertou sentimento patriótico do povo brasileiro e de outros países da América do Sul. No dia 6 de setembro estaremos reunidos com esses presidentes, exceto da Venezuela, para discutir uma política única nossa de preservação do meio ambiente e exploração de forma sustentável", disse.
Bolsonaro afirma que "houve aproveitamento por parte do Macron para "se capitalizar perante o mundo como aquela pessoa única e exclusiva interessada em defender o meio ambiente". "Essa bandeira não é dele, é nossa, é do Chile, é de muitos países do mundo", declarou Bolsonaro após encontro com Piñera, no Alvorada.
O presidente chileno passou pelo Brasil rapidamente após participar como convidado da reunião do G-7, que ocorreu na França. Segundo Bolsonaro, Piñera levou a posição do Brasil aos países do G7 "com muita maestria e companheirismo". Nesta quarta, em reunião no Palácio da Alvorada, o Chile ofereceu quatro aeronaves para ajudar o Brasil no combate ao fogo na Amazônia. Bolsonaro aceitou.
Em conversa com jornalistas, Piñera destacou que muitos países querem colaborar com o Brasil. Sobre a quantia de US$ 20 milhões oferecida pelos países do G-7, ele considerou que "cada país saberá qual colaboração quer receber e qual não quer".
Bolsonaro acusa a França e a Alemanha de estarem comprando o Brasil "à prestação". Também disse que "essa inverdade do Macron ganhou força porque ele é de esquerda". Confrontado com a informação de que Macron é visto na França como alguém de centro, Bolsonaro respondeu: "para mim não". A gente sabe que ele é de esquerda por causa do comportamento".
O presidente brasileiro também afirmou que pretende aceitar apoio de alguns países de forma bilateral. "Falei que Alemanha e França estavam comprando à prestação o Brasil, deixei bem claro, e quando vocês olham o tamanho do Brasil, oitava economia do mundo, parece que 20 milhões de dólares é o nosso preço. o Brasil não tem preço... 20 milhões ou 20 trilhões é a mesma coisa para nós. Qualquer ajuda, de forma bilateral, podemos aceitar, até porque no futuro podemos ajudar outro país", disse.
Questionado se mantém o posicionamento de que Macron teria que se retratar, Bolsonaro disse que sim. "No tocante ao governo francês, o fato de me chamar de mentiroso e relativizar a soberania da Amazônia, somente após ele se retratar do que falou podemos conversar."
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