Os dois funcionários foram identificados, em depoimento, por um gerente do Ricoy.
CHICOTEADO.... SUPERMERCADO RICOY. Esse é o nome do estabelecimento onde os funcionários de "segurança" torturam. pic.twitter.com/FjrdHUbNOO
— Cris sv (@cris_animal) September 3, 2019
O rapaz de 17 anos afirmou à Polícia Civil ter sido ameaçado de morte por um dos seguranças do supermercado Ricoy para que não relatasse às autoridades ter sido vítima de uma sessão de tortura a chicotadas, após tentar furtar quatro barras de chocolate do estabelecimento.
Ele prestou depoimento ao 80º Distrito Policial, da Vila Joaniza, na zona Sul de São Paulo, após o vídeo das agressões cair na internet e virar alvo de inquérito policial.
O rapaz afirmou que, no mês passado, "em data que não recorda, dentro do supermercado Ricoy, instalado no local dos fatos, apanhou das gôndolas uma barra de chocolate e tentou sair sem efetuar o pagamento".
"Ele foi auxiliado por Neto que juntos levaram a vítima até um quarto nos fundos da loja", narrou.
"Ali a vítima foi despida, amordaçada, amarrada e passou a ser torturada com um chicote de fios elétricos trançados. Ali, permaneceu por cerca de quarenta minutos, sendo agredido o tempo todo".
O advogado Ariel de Castro Alves, conselheiro do Condepe (Conselho Estadual de Direitos Humanos), acompanhou o jovem para depor. "Contatei hoje o Conselho Tutelar da Cidade Ademar para que acompanhem o caso e deem apoio através de encaminhamentos sociais ao adolescente. Encaminhei o Boletim de Ocorrência com o endereço para os conselheiros realizarem uma visita onde ele está morando e verifiquem se ele está recebendo alguma ameaça", afirmou.
"O conselho também vai verificar a necessidade de assistência psicológica ao jovem. O menino está passando hoje por exame de corpo delito. Os agressores logo que identificados e indiciados podem ser presos preventivamente já que no dia dos fatos ameaçaram o rapaz caso ele denunciasse a violência sofrida", diz Ariel.
COM A PALAVRA, A DEFESA
A reportagem busca contato com a defesa dos seguranças Davi de Oliveira Fernandes e Valdir Bispo dos Santos. Também busca manifestação da empresa de segurança e do supermercado Ricoy. O espaço está aberto.