Três integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) causaram um motim e conseguiram fugir de um presídio levando o chefe da segurança como refém, nesta quinta-feira, 5, em Cambyretá, no Paraguai. O grupo tentava chegar a Foz do Iguaçu, no Brasil, mas acabou cercado pela polícia em Encarnación, ainda em território paraguaio. Os criminosos foram presos e o refém foi libertado após três horas de negociação.
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PF caça 19 do PCC em NatalMoro defende 'cárcere duro' para o PCCJanaína defende fim de sigilo de grampos do PCC que ameaçam MoroSegundo a polícia paraguaia, os membros do PCC conseguiram armas e atacaram o setor administrativo da prisão, onde estava o chefe da segurança, Miguel Medina, tomado como refém.
Houve reação e o subchefe dos guardas, Juan Chaparro, e o agente Antônio Martinez, foram baleados. Os três criminosos, dois deles paraguaios, fugiram em um automóvel BMW levando o refém, mas o carro quebrou. Usando Medina como escudo, os fugitivos se esconderam em uma mata, onde foram cercados pelos policiais.
Após três horas de negociação, com a presença de representantes do Ministério Público, os presos se renderam e entregaram as armas - duas pistolas e uma espingarda retirada de um guarda.
Os membros da facção foram levados para celas de isolamento. O ministro do Interior, Juan Ernesto Villamayor, elogiou a atuação da polícia, por ter conseguido a libertação do refém e a prisão dos criminosos sem confronto.
Perigosos
Os três presos do PCC recapturados são considerados de alta periculosidade. O brasileiro Jackson foi preso em outubro por assaltos. Em junho deste ano, ele foi acusado de comandar o motim que resultou na chacina, pelo PCC, de dez integrantes do clã Rotela, na penitenciária de San Pedro del Ycuamandyú.
O paraguaio Walter Dario Ayala, de 26 anos, era o 'braço direito' do narcotraficante brasileiro Jarvis Chimenez Pavão, quando este cumpria pena na penitenciária de Tacumbu.
Quando saiu a prisão, em 2016, por ordem de Pavão, o paraguaio batizado pelo PCC organizou o atentado que matou um agente penitenciário e o filho dele, em Lambaré. Pavão foi extraditado para o Brasil em 2018.
O terceiro homem, o paraguaio Raul Leiva Piatti, de 29 anos, foi preso em 2018, acusado de assalto a caminhoneiros. Ele fugiu em 2015 quando era levado para o tribunal, após render os seguranças com um punhal, mas foi recapturado.
Em maio deste ano, interceptações telefônicas feitas pela polícia paraguaia revelaram que membros do PCC planejavam explodir a penitenciária de Cambyretá, a mesma onde aconteceu o motim.
O PCC consolidou sua presença no Paraguai nos últimos cinco anos para controlar o tráfico de drogas na fronteira com o Brasil.
Os membros presos atuam nos presídios cooptando os detentos paraguaios. Conforme o ministro do Interior, apesar da expulsão de ao menos 80 integrantes da facção brasileira nos últimos anos, cerca de 400 presos, a maioria paraguaios, seriam do PCC e controlam outros detentos nas prisões..