Inaugurado em 1904, o Hospital Umberto I, popularmente conhecido como Hospital Matarazzo, na Bela Vista, região central de São Paulo, está passando por uma transformação para dar lugar a um megaempreendimento, o Cidade Matarazzo, com abertura parcial prevista para maio de 2020 e entrega completa no segundo semestre do ano seguinte.
O empreendimento dará novo uso a edificações históricas, como a maternidade transformada em hotel seis estrelas, cuja estrutura também inclui o primeiro edifício do premiado arquiteto francês Jean Nouvel no País. O custo estimado é de R$ 2 bilhões, a maior parte de recursos estrangeiros, em uma área construída que chega a 135 mil metros quadrados.
Após o fechamento do hospital na década de 90, o terreno foi alvo de projetos que não saíram do papel, até ser comprado pela Boulevard Matarazzo Empreendimentos (liderada pelo Grupo Allard) em 2011. Dois anos depois, foi modificado o tombamento do hospital (de 1986, na esfera estadual) para liberar a demolição da antiga clínica pediátrica, do necrotério e de uma obra de 1970, parte do lote em que são erguidos parte do hotel e um prédio de escritórios.
O idealizador do projeto, o empresário francês Alexandre Allard, diz que o espaço reunirá tudo o que há de mais representativo da cultura brasileira, desde grafites de nomes conhecidos até artesanato de povos indígenas. Ele garante que andar pela Cidade Matarazzo será uma experiência mais completa do que "ler 10 livros de urbanismo".
O complexo reunirá lojas de mais de 300 marcas de luxo, das quais cerca de 70 serão exclusivas, 34 restaurantes de gastronomias distintas, estacionamento com 1,5 mil vagas e 272 quartos de hotel. Chamado de Torre Mata Atlântica, um dos prédios do hotel terá 25 pavimentos e árvores plantadas nas varandas. Terá ainda um centro cultural com exposições, teatro e sala de concerto e um cinema para eventos premium - além de reabrir a antiga Capela de Santa Luzia, que voltará a receber missas e casamentos.
A meta é receber 15 mil visitantes ao ano.
Durante a obra, uma das imagens que mais chamou a atenção da vizinhança foi a técnica utilizada para manter a Capela Santa Luzia. A antiga construção foi sustentada de pé a 31 metros do solo enquanto o subsolo recebeu as obras de oito pavimentos subterrâneos, entre estacionamento, cinema e bicicletário..