O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, defendeu nesta quinta-feira, 26, o fato de o presidente Jair Bolsonaro não ter dado nenhuma declaração sobre a morte da menina de oito anos Ágatha Félix, que foi atingida, na semana passada, por um tiro no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro. Para ele, quem tem de se manifestar sobre o caso é o governador do Estado, Wilson Witzel.
O general também pôs em dúvida a capacidade do motorista da Kombi em que a menina estava de identificar de onde veio a bala. Para Heleno, a tese do motorista, de que o responsável pelo disparo foi um policial, "não é necessariamente verdadeira". Ele acredita que o motorista não tem como ter certeza disso. Em seguida, justificou: "Você está dirigindo uma viatura, toma um tiro por trás e já sabe quem foi? É complicado, né? A tendência, quando você toma um tiro num veículo que você está, é se abaixar. É a primeira coisa. Tentar entrar até debaixo do banco", afirmou o ministro. Para ele, tudo ainda precisa ser periciado, com tempo, fundamento científico, direção de onde veio o tiro. "É difícil saber exatamente de onde saiu o tiro."
Heleno reiterou que Bolsonaro não deveria mesmo ter comentado a morte da menina, porque ela aconteceu no Rio, e isso poderia parecer que ele estava se "intrometendo onde não foi chamado". E emendou: "Isso é um problema do governador do Rio. Quem tem que falar sobre isso é o governador. A polícia é dele, o Estado é dele, a situação está na mão dele. A apuração é feita lá. Não pode o presidente da República sair emitindo opiniões ou dando palpite nisso aí."
O ministro classificou a morte da menina como um episódio "cruel" e "lamentável". Disse, ainda, que tudo o que acontece no Rio tem enorme repercussão. "A cidade é a 23ª em violência, mas é a vitrine do País. Tudo lá é mais noticiado", declarou ele.
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