A Kombi em que foi baleada Ágatha Felix, de oito anos, no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, foi lavada e chegou a rodar com passageiros antes que a polícia fizesse a perícia. O advogado que acompanha a família da estudante, Rodrigo Mondego, disse que a estudante morreu no dia 21 de madrugada e apenas no fim do dia o carro foi apreendido pela Delegacia de Homicídio (DH), que só entrou no caso com a morte da menina.
"A Polícia Militar e a Polícia Civil não orientaram o motorista sobre a conservação da Kombi. Sem saber o que fazer, ele lavou o carro e voltou a rodar, porque, afinal, esse é o meio de sustento dele", disse Mondego, confirmando informação divulgada pelo jornal O Globo.
O advogado disse não saber até que ponto isso vai prejudicar a investigação, porque parte do veículo, como a mala, foi preservada. Além disso, o motorista não chegou a fazer muitas viagens e, por isso, é possível que o ambiente não tenha sido totalmente alterado.
Ainda está sendo investigado se a bala que atingiu Ágatha, no dia 20, e provocou sua morte, no dia seguinte, partiu da Polícia Militar, que estava em operação na área naquele momento. O Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) não conseguiu definir a origem do projétil, porque apenas uma parte deformada da bala foi encontrada no corpo da estudante.
Procurada, a Polícia Civil não respondeu por que o motorista não foi informado de que deveria manter o veículo intacto até que fosse realizada a perícia. O advogado da família disse que não é possível afirmar se houve descaso.