Durante o sermão da missa especial ao Dia da Padroeira em Aparecida, no interior de São Paulo, o arcebispo dom Orlando Brandes pediu proteção à vida, focando sua palavra na proteção da Amazônia. O religioso invocou os fiéis a ajudar na proteção da vida, buscar os afastados e ocupar os espaços vazios. Ao subir o tom crítico aos políticos, Brandes falou em "dragão do tradicionalismo" e disse que a direita é "violenta" e "injusta".
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"Para que, no Brasil, nossas crianças não morram mais com bala perdida, nossos jovens não se suicidem e nossos idosos tenham um lugar de dignidade para viver e sobreviver ao dragão do pecado."
'Dragão do tradicionalismo'
Sobre o "dragão", dom Brandes analisou que o caminho para a corrupção está sendo facilitado, o que, segundo o religiosa, aumenta as desigualdades sociais em um momento em que os brasileiros sofrem com o desemprego e a violência.
Por fim, invocou os católicos a buscar os afastados da Igreja e a ocupar os espaços vazios na sociedade.
De acordo com o arcebispo, que trabalhou com projetos sociais na região amazônica, a Igreja Católica mantém diversos serviços de assistência para a população ribeirinha, incluindo um barco-hospital em operação no Rio Amazonas.
Após a celebração, explicou que a Amazônia está sendo corrompida sob a exploração dos recursos naturais e a exploração sexual da comunidade ribeirinha.
"A Amazônia é do Brasil, a Igreja se colocou contrária a grupos transnacionais interessados na internacionalização da Amazônia. Pelo fato de a Amazônia ser nossa, temos que cuidar de quem mora lá", finalizou.
Mais de 40 mil fiéis acompanharam a missa principal.
De acordo com o templo católico, mais de 170 mil pessoas devem visitar a imagem da santa neste sábado.
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) é esperado para a missa das 16 horas. Segundo o arcebispo, não há encontro oficial agendado com a Igreja. Dom Brandes é quem vai celebrar a missa e se dispôs a receber o presidente caso surja o pedido.