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Estado de Minas

'Era uma tragédia anunciada', diz vizinho de prédio que desabou ao Estado de Minas

Vizinhos relataram que proprietários de apartamentos no Edifício Andrea teriam deixado o imóvel por causa das condições da construção; bombeiros realizam buscas nos escombros do desabamento em Fortaleza


postado em 15/10/2019 19:46 / atualizado em 15/10/2019 20:30

Prédio desabou por volta das 10h15 e assustou moradores vizinhos no Bairro Dionísio Torres(foto: RODRIGO PATROCINIO / AFP)
Prédio desabou por volta das 10h15 e assustou moradores vizinhos no Bairro Dionísio Torres (foto: RODRIGO PATROCINIO / AFP)
A tragédia no Edifício Andrea, que desabou nesta terça-feira em Fortaleza, no Ceará, só não foi maior porque algumas famílias teriam deixado o local faz três dias.

Segundo relatos de vizinhos, alguns moradores do prédio de sete andares tomaram a decisão de deixar seus imóveis principalmente depois que começou a circular pela internet um vídeo em que era possível perceber o dano na estrutura, já que a coluna do edifício estaria até "envergada".

"Era uma tragédia anunciada. Parece que nos últimos três dias já estavam fazendo uma tentativa de enxertar a coluna, mas sem retirar os moradores nem fazer nenhuma espécie de escoramento", lamentou o motorista de aplicativo Raimundo Soares, de 32 anos.

De fato, o Crea do Ceará havia sido avisado apenas nesta segunda-feira sobre as possíveis obras no prédio, mesmo assim, segundo Emanuel Mota, presidente da entidade, não havia detalhamento algum sobre o tipo de serviço a ser realizado nem sequer o nome do engenheiro civil responsável pelas obras.

E o quadro crítico do Edifício Andrea não parece ser um fenômeno raro ou exclusivo em Fortaleza. Recentemente, por pouco uma tragédia semelhante já não havia manchado a cidade.

"Quatro meses atrás teve outro desabamento em Maraponga, na zona Sul de Fortaleza. Não teve mortos porque o prédio rachou e deu tempo de todo mundo sair, mas um bloco inteiro ficou comprometido", relembra Raimundo.

Professor de matemática, Luciano Rodrigues, de 44, também estava impressionado. "Pela dimensão do fato, era para a tragédia ter sido ainda maior. A gente lamenta muito pelas famílias e torce para que consigam resgatar os que ainda estavam entre os escombros".

Enquanto os trabalhos de Bombeiros e Defesa Civil prosseguiam, a cidade de Fortaleza tentava manter seu ritmo. Mas era nítido: a alegria característica dos fortalezenses foi, ao menos momentaneamente, substituída por um semblante mais triste e tenso.


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