O Corpo de Bombeiros do Ceará confirmou nesta quinta-feira, a quarta morte no desabamento do edifício Andréa, no Dionísio Torres, em Fortaleza. O corpo foi retirado dos escombros no início desta manhã. Os bombeiros informaram que a vítima é um homem, mas ainda não há identificação. A queda do prédio deixou ainda sete feridos e outros seis desaparecidos.
Localizado na esquina das Ruas Tibúrcio Cavalcante e Tomás Acioli, o edifício residencial de sete andares desmoronou por volta das 10h15 de terça-feira, 15. À noite, foi encontrado o primeiro corpo: do vendedor Frederick Santana dos Santos, de 30 anos, que estava em um mercado vizinho e acabou sendo atingido.
Nessa quarta, o comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Ceará, o coronel Eduardo Holanda, confirmou mais duas mortes. O último corpo identificado foi o de Izaura Marques Menezes, de 81 anos.
Pessoas socorridas com vida foram encaminhadas para unidades de saúde da rede pública, passaram por cirurgia e estão em recuperação.
Responsabilidade pelo desabamento
O Ministério Público do Ceará informou, em nota, que vai adotar todas as providências necessárias pra apurar as responsabilidades e evitar que casos como o do desabamento do Edifício Andréa voltem a ocorrer no Estado.
Integrantes dos Núcleos de Investigação Criminal e Atendimento às Vítimas da Violência estão no local para acompanhar as investigações do desabamento e prestar apoio às pessoas resgatadas.
Além disso, uma força-tarefa com promotores das áreas do Meio Ambiente, Cidadania e de Políticas Urbanas e Fundiárias vai monitorar as ações junto aos diversos órgãos públicos para elaborar um levantamento da situação de outros prédios que estejam em situação irregular, levando risco à população.
A Polícia Civil instaurou inquérito policial para investigar as circunstâncias do desabamento do Edifício Andrea. Testemunhas já foram ouvidas e as apurações estão em andamento.
O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (Crea-CE), Emanuel Maia Mota, esclareceu que o edifício tinha ao menos 42 anos e as Anotações de Responsabilidade Técnica (ART) emitidas anteriormente eram, na maioria, para manutenção de elevadores.
A reportagem obteve acesso à ART registrada na véspera do desabamento: o escopo cita apenas "recuperação das construções", sem especificar quais intervenções seriam feitas, e "pintura". (Com Estadão Conteúdo)