“Mãe não sequestra filho”, diz Rafaela Victor Santana Gomes, de 31 anos, mãe biológica de Taysa Ayanne da Silva, de 8, em entrevista exclusiva ao Correio. De acordo com ela, a família adotiva da garota teria raptado a jovem e a impedido de ter contato com ela. O caso é tratado pela polícia civil como subtração de incapaz.
A garota foi dada como desaparecida na segunda-feira (28/10), quando ia para a escola com a irmã adotiva. De acordo com a denúncia, quatro pessoas em um veículo pararam ao lado da garota e a arrastaram para dentro do carro. Um dos integrantes do veículo seria Rafaela. Nesta quarta-feira, a menina foi entregue à família adotiva.
Segundo investigação da 14ª Delegacia de Polícia (Gama), Taysa seria criada por uma família adotiva. Entretanto, a versão é contestada pela mãe biológica. "Estava desempregada e eles me ajudavam a criá-la. Porém, eles sumiram do nada", diz Rafaela, que fez um acordo com polícia e entregou a criança nesta quinta-feira (31/10).
A mulher afirmou que procurou a filha durante cinco anos. "Registrei um boletim de ocorrência em 2015, procurei o Conselho Tutelar, fui a escolas e fiz buscas nas redes sociais, mas nunca a encontrei", afirma.
Questionada sobre a forma como pegou a criança, Rafaela diz que não houve nem subtração de menor nem sequestro. "A atitude foi de mãe. Apenas resgatei o que é meu", defende-se.
Família adotiva rebate
O advogado da família adotiva de Taysa, Rafael Montenegro, contesta a versão de Rafaela. De acordo com ele, existe a guarda provisória da menina e que a mãe biológica assinou uma declaração permitindo a troca de tutela. “Foi uma adoção à brasileira, desde a gravidez, ressaltou.
O defensor explicou que, agora, o Conselho Tutelar analisa o caso e que ela deve voltar para o lar da família adotiva ainda nesta quinta. “Apresentamos toda documentação necessária para registrar a ocorrência. Nenhuma delegacia aceitaria a denúncia sem a tutela”, frisou.
Rafaela afirmou que registrou ocorrência sobre o desaparecimento da filha em 2015. Entretanto, o advogado disse não ter conhecimento sobre o documento. “Nenhum juiz concederia a tutela provisório caso houvesse uma denúncia”, apontou.
O delegado à frente do caso, Bruno Dias, explicou que o papel da Polícia Civil no caso está praticamente encerrado. “Vamos colher alguns depoimentos e tudo será encaminhado ao Judiciário”, informou. Sobre a tutela da criança, o investigador disse que o Conselho Tutelar analisa o caso e que já está sendo acompanhada pelo órgão.
Bruno disse que Rafaela assinou Termo de Compromisso e que responderá em liberdade por subtração de incapaz. “Não nos cabe analisar o mérito da guarda”, afirmou. Sobre a ocorrência policial que a mãe biológica registrou sobre o desaparecimento da criança em 2015, ele comentou não ter informações sobre o caso.
Nesta quinta-feira (31/10), Raaela chegou à 14ªDP por volta das 12h40 acompanhada de Taysa. A família adotiva da criança foi ao local para receber a criança.
Nesta quinta-feira (31/10), Raaela chegou à 14ªDP por volta das 12h40 acompanhada de Taysa. A família adotiva da criança foi ao local para receber a criança.