Uma organização norte-americana especializada em análises do mar via satélite afastou suspeitas sobre o navio-tanque grego Bouboulina. A embarcação da empresa Delta Tankers é investigada pela Polícia Federal e pela Marinha nas apurações sobre o derramamento de óleo no litoral brasileiro. Segundo a Skytruth, que reúne entre seus fundadores empresas e organizações como Google e Oceana, os dados sobre o percurso do navio não indicam comportamento atípico.
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Óleo atinge santuário de tartarugas no Espírito SantoGrupo dos EUA não vê elo entre navio grego e óleo no litoral brasileiroPF mira navio grego por derramamento de óleo no litoral brasileiroEm entrevista exclusiva, o presidente da Skytruth, John Amos, afirmou que, depois de analisar todas as informações divulgadas pelas instituições brasileiras e de confrontar os dados técnicos com as investigações feitas pela instituição, que está baseada em Novo México, nos Estados Unidos, concluiu que não há evidência efetiva de que o óleo teria sido derramado pelo navio grego Bouboulina.
"Alguns desses navios não transmitem consistentemente um sinal de rastreamento público, o que é uma violação do direito marítimo internacional, mas o Bouboulina transmitiu essas informações", afirma Amos.
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A investigação da entidade mostra que a trilha percorrida pelo Bouboulina passou pela costa norte do Brasil, permanecendo principalmente em águas internacionais e chegando a menos de 150 milhas náuticas (278km) da costa. O navio seguiu pelo Atlântico até chegar ao porto na Cidade do Cabo, na África do Sul. O percurso, segundo a Skytruth, foi feito de forma estável e sem alterações de velocidade ou direção que pudessem indicar comportamento suspeito ou um grande problema mecânico.
A Skytruth também questiona imagens de satélite divulgadas pelas investigações brasileiras, que mostrariam grande mancha de óleo na área pela qual o Bouboulina passou ao atravessar a costa. Na avaliação dos especialistas americanos, a imagem não indica óleo. A origem do poluente, para a empresa, segue desconhecida. Não se descarta a possibilidade de um naufrágio, o derramamento de uma embarcação ou o vazamento de um poço, por causa de falha durante a perfuração.
Hipóteses para o derramamento
Na semana passada, uma análise da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) realizada a partir da plataforma Marine Traffic, provedora mundial de trajetórias de navios, também indicou que o vazamento de óleo não teria sido causado pelo petroleiro grego, mas por um navio fantasma, que costuma desligar o sistema de rastreamento por satélite.
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A reportagem questionou a Marinha sobre os apontamento da Skytruth e, até as 21 horas de ontem, não houve posicionamento. A empresa de Brasília que apoiou as investigações brasileiras e apontou o Bouboulina como a origem do derramamento, a Hex Tecnologia Geoespacial, também foi procurada, mas não se manifestou.
Em nota, a Petrobras informou que "não faz parte da investigação sobre a ocorrência que originou o vazamento de óleo". A empresa reiterou que o óleo encontrado nas praias "não é produzido nem comercializado pela companhia". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.