O presidente Jair Bolsonaro confirmou neste sábado (23) que o governo estuda liberar a exportação de madeira in natura de árvores nativas da Amazônia, conforme noticiou hoje O Estado de São Paulo. Segundo a reportagem, a medida passou a ser estudada após sugestão de empresários do setor, mas representaria uma mudança inédita na legislação ambiental.
"É melhor você exportar de forma legalizada do que de forma clandestina e continuar saindo do Brasil", alegou Jair Bolsonaro a jornalistas, após participar de evento na Vila Militar, na zona oeste do Rio.
Segundo o presidente, a medida teria que passar pelo parlamento. "(O ministro do Meio Ambiente) Ricardo Salles vai me dar a palavra final na semana que vem", disse Bolsonaro.
Questionado sobre a má repercussão internacional sobre o aumento nas queimadas e desmatamento no País, Bolsonaro alfinetou parceiros internacionais e governos anteriores.
"Primeiro, mudou o governo do Brasil. Não tem mais presidente subserviente a alguns países da Europa", declarou.
O presidente disse ser vítima de uma campanha caluniosa.
"Tem uma campanha insidiosa buscando atingir o governo brasileiro. Não cedemos. Queriam que passasse de 14% para 20% o porcentual de terras demarcadas pra índios no Brasil. Não aceitamos isso, então criaram essa campanha que não deu certo. Tudo foi desmentido e aquele presidente que fez essa campanha recolheu-se ao seu devido lugar", afirmou Bolsonaro.
O presidente brasileiro recebeu críticas de governantes europeus acerca do aumento do desmatamento no País e da recusa de recursos internacionais, como os do Fundo Amazônia, para ajudar na preservação das florestas em território nacional. Um dos alvos de críticas de Bolsonaro foi o presidente francês Emmanuel Macron.
"Não estou preocupado em perder aliado, eu não quero perder o Brasil, entendeu?", argumentou o presidente.
Vazamento de óleo
O presidente Jair Bolsonaro reconheceu que o governo ainda não sabe como ocorreu o vazamento que contamina há semanas praias ao longo de toda a costa brasileira, nem pode mensurar a quantidade de óleo que ainda há no mar.
O Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA) - formado pela Marinha brasileira, Agência Nacional de Petróleo (ANP) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) - informou hoje (23) que fragmentos de óleo chegaram à Praia de Grussaí, em São João da Barra, litoral norte do Rio de Janeiro.
"Nós gostaríamos muito que fosse identificado quem realmente cometeu no meu entender esse ato criminoso. Mas não sabemos quanto de óleo ainda tem no mar. Na pior hipótese, um petroleiro, caso tenha jogado no mar toda a sua carga, menos de 10% chegou na nossa costa ainda. Nos preparamos para o pior. Pedimos a Deus que isso não aconteça", afirmou o presidente a jornalistas, após participar de evento na Vila Militar, na zona oeste do Rio.