A mãe de Bernardo, de 1 ano e 11 meses sequestrado pelo pai tem esperança de que o filho possa estar vivo. “Minha ficha ainda não caiu. Enquanto não tem corpo, estou me apegando a um fio de esperança. De vez em quanto eu choro, mas estou tentando ser forte pela minha família”, relatou a advogada Tatiana da Silva Marques, 30, mãe do garoto, em entrevista ao Correio.
O servidor público Paulo Roberto de Caldas Osório, de 45 anos, pegou o filho na escola, na sexta-feira (29/11) e desapareceu. Ele foi preso em Alagoinhas (BA) na segunda-feira (2/12) e afirmou aos policiais que teria matado o filho e abandonado o corpo em uma rodovia.
Os investigadores da Divisão de Repressão a Sequestro (DRS) estão percorrendo o trajeto feito pelo suspeito para tentar encontrar a criança. “O suspeito disse que deu quatro remédios para o filho dormir e que ele morreu por causa disso. Em seguida, abandonou o corpo e a cadeirinha ainda na estrada”, informa o delegado à frente do caso, Leandro Ritt.
Vingança
De acordo com ela, o suspeito teria desaparecido com a criança por vingança, porque ela teria procurado a Justiça para conseguir o pagamento da pensão. “Ele disse que eu e minha mãe somos arrogastes, mas sempre tentamos ajudá-lo”, conta Tatiana. Ainda de acordo com a advogada, ela e o acusado tinham boa relação e que nunca tinham tido brigas. “Não fomos casados, apenas namoramos por um período. Porém, nunca tivemos atritos. Acho que a única coisa que incomodou ele foi o pedido de pensão”, afirma.
Acusado de matar a mãe
De acordo com a investigação da DRS, o suspeito ficou preso por 10 anos pelo assassinato da própria mãe. O caso aconteceu em 1992, quando ele esfaqueou a mulher e ateou fogo contra ela. O acusado de sequestrar e matar o filho permaneceu na ala psiquiátrica, até ser considerado imputável e conseguir liberdade.
Ao Correio, Tatiana contou que não sabia que o ex-namorado havia assassinado a sogra. “Soube disso na sexta-feira, quando ele havia combinado comigo de levar o menino na minha casa e não apareceu. Na segunda vez que fomos na residência dele, um vizinho me disse. Procuramos a polícia novamente, que puxou a ficha criminal e abrimos uma ocorrência de desaparecimento”, lembra.