O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, afirmou que pode suspender por 60 dias as contas de água, luz, gás e telefone dos moradores, por causa da crise motivada pela propagação do novo coronavírus. O Estado praticamente dobrou o número de casos registrados desta terça para quarta-feira, passando de 33 para 63 confirmados em um dia.
Em entrevista publicada nesta quinta-feira, 19, pelo jornal O Globo, Witzel disse que já pediu à Cedae, empresa estatal de água do Estado, para avaliar a suspensão dos pagamentos.
"Ela tem dinheiro em caixa para suportar isso", garantiu o governador. "Estamos falando de conta de água, luz, gás e telefone, que hoje também é essencial para a sobrevivência das pessoas. Já os tributos, estou avaliando. Evidentemente alguma coisa vai ter que ser feita. O comércio não vai faturar. Então não vai nem ter o que pagar."
O Rio entrou em estado de emergência após decreto publicado pelo governador nesta Terça-feira. Entre as medidas impostas estão a suspensão, por 15 dias, das aulas e de eventos e atividades com presença de público e aglomerações. A regra inclui eventos esportivos, shows, funcionamento de salão de festas ou casa de festas, feiras, evento científico, comício, passeata e afins. Também estão suspensas atividades como cinema e teatro.
O governo também suspendeu a visitação a detentos em unidades prisionais e o transporte de detentos para a realização de audiências de qualquer natureza. Segundo o texto, "a visita de advogados nos presídios do Estado do Rio de Janeiro deverá ser ajustada pelo Secretário de Estado de Administração para possibilitar o atendimento das medidas do presente Decreto".
No transporte público, o governo suspendeu a circulação de ônibus interestaduais com origem em Estado com circulação confirmada do coronavírus. Fica proibido por um período de 15 dias o uso de passe livre por estudantes. Além disso, ônibus, barcas, trens e metrô terão que reduzir o transporte de passageiros a 50% da capacidade de lotação. Na entrevista dada ao Globo, WItzel disse que estuda até paralisar totalmente a circulação dos meios de transporte.