A rede de restaurantes Madero demitiu 600 funcionários nesta quarta-feira, 1º de abril, nove dias depois de o proprietário Junior Durski prometer a manutenção de todos os empregos durante a crise econômica mundial causada pela pandemia do novo coronavírus. A informação dos desligamentos foi repassada pelo próprio empresário ao jornal O Estado de S. Paulo.
No dia 23 de março, o dono do Madero causou polêmica ao se manifestar contra o regime de isolamento recomendado pelas autoridades médicas para evitar o aumento exponencial do número de infectados. Segundo ele, o Brasil sofreria consequências muito maiores em sua economia do que as mortes provocadas pela COVID-19.
“Sei que temos de chorar e vamos chorar por cada uma das pessoas que vão morrer com o coronavírus. Vamos cuidar, vamos isolar os idosos, as pessoas que tenham algum problema de saúde, como diabetes, vamos! É nossa obrigação fazer isso. Mas não podemos, por conta de cinco ou sete mil pessoas que vão morrer…”.
No vídeo publicado no Instagram, Junior Durski havia se comprometido a não demitir nenhum dos mais de oito mil funcionários, pois, conforme ele, o Madero tinha caixa suficiente para sustentar “três, quatro, cinco ou seis meses de crise”.
“Quero dizer aos meus funcionários, às 8 mil pessoas que trabalham conosco, vai ser duro, vamos juntos, vamos trabalhar forte. eu deixo aqui o meu compromisso, a minha palavra, de que nós vão vamos demitir ninguém. Que a gente vai junto tocando essa parada pra frente.Vamos resolver isso. é a minha obrigação, a obrigação do meu time, cuidar dos nossos 8 mil funcionários e nós vamos sair dessa”.
Durski é muito ligado a Jair Bolsonaro, a quem sempre direciona elogios em postagens nas redes sociais. O presidente da República, que chegou a tratar o coronavírus como “gripezinha” e “resfriadinho”, mudou o discurso no pronunciamento mais recente, no 31 de março, e ressaltou da necessidade de criar um “pacto” de combate à pandemia.
Com relação ao Madero, o valor estimado de mercado é de R$ 3 bilhões. Em 2018, Junior Durski e seus sócios receberam R$ 700 milhões do fundo norte-americano Carlyle pela venda de 22,3% de participação na rede, que conta com 148 restaurantes em 18 estados brasileiros, além da sede administrativa em Curitiba e uma fábrica de hambúrgueres em Ponta Grossa, no interior do Paraná.
Com informações do jornal O Estado de S. Paulo
Com informações do jornal O Estado de S. Paulo