O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, voltou nesta quinta-feira (02/04), a dizer que o governo brasileiro possui um "plano de logística" para, se necessário, enviar aviões à China para buscar equipamentos de saúde. As principais demandas do País são focadas em Equipamentos de Proteção Individual (EPI), como luvas e máscaras, e respiradores. O desafio, no entanto, é garantir a entrega dos produtos diante da demanda mundial.
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Com coronavírus, brasileiros temem colapso na saúde e desempregoCoronavírus: Boletim confirma primeira morte em Juiz de ForaCoronavírus: laboratório do Instituto Biológico de SP entra na força-tarefaSegundo Mandetta, a estratégia tem sido pensada pelo ministro dos Transportes, Tarcísio de Freitas, que também organiza a distribuição interna de equipamentos de saúde. O ministro da Saúde falou com a imprensa ao lado do procurador-geral da República, Augusto Aras, com quem esteve reunido por mais de duas horas para pensar em uma atuação conjunta durante a pandemia.
Os prazos de entrega dos equipamentos, de acordo com contratos firmados recentemente, podem levar cerca de 30 dias. Até lá, Mandetta garante que os Estados estão abastecimentos com um "bom grau" dos equipamentos disponíveis. Ainda segundo o ministro, o governo enfrentou dificuldades até encontrar uma empresa e firmar contrato, ontem, de R$ 1 bilhão para a compra de 15 mil ventiladores mecânicos. Ainda assim, há risco de que o fornecedor não consiga realizar o transporte e o governo se prepara para buscar os equipamentos.
"Fizemos uma compra muito grande, o suficiente para suprir a demanda por mais de 6 dias", avaliou o ministro. "Agora, entre o contrato assinado e o produto recebido, só comemoro o produto recebido, porque mesmo com contratos assinados, às vezes chega na data e quem está com contrato assinado não consegue entregar. Mas, se houver necessidade de logística internacional, o ministro Tarcísio está preparado. Se tiver necessidade de irmos para China, a Wuhan, nós temos condições", declarou.
Mandetta lembrou que a China produz mais de 90% dos equipamentos de saúde do mundo, o que terá que ser reavaliado após a pandemia para garantir que haja maior distribuição desses itens essenciais. Epicentro do novo coronavírus, a China ficou dois meses sem poder realizar as vendas dos equipamentos.
"Há 15 dias atrás, a China falou que poderia voltar a vender para o mundo. Então, entrou demanda reprimida, excedente de países em situações epidêmicas e outras países que precisaram adquirir. Por mais que (a China) produza, você tem momento muito intenso de ajuste de toda a produção e de toda logística. Às vezes você tem dinheiro para comprar, mas não tem avião para entregar. O mercado mudou", disse Mandetta.
Mandetta e Aras também anunciaram um acordo entre as duas instituições para que a Saúde compartilhe informações de combate ao novo coronavírus com o Ministério Público Federal (MPF), que manterá diálogo na esfera estadual para organizar demandas e evitar excesso de judicializações de processos.
"A notícia positiva é que formalizamos hoje uma maneira de trabalhar com a PGR no combate à covid-19", disse Mandetta no início da entrevista. O ministro também disse que é preciso centralizar as decisões durante a pandemia e destacou que a "ação desarticulada" foi uma das razões de colapso em outros países que enfrentam o vírus.
Aras também lembrou que há um compromisso da PGR para que os recursos de acordos de delação premiada e de leniência sejam destinados para o combate ao novo coronavírus.