O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira a compra de 14 mil respiradores mecânicos produzidos no Brasil para o tratamento de pacientes graves da Covid-19. Os equipamentos serão produzidos e entregues aos poucos, ao longo dos próximos 90 dias.
De acordo com o diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, serão 7 mil respiradores de UTI e outros 7 mil de transporte. Apesar de produzidos no Brasil, os equipamentos dependem de peças obtidas no mercado internacional.
Além das empresas especializadas na produção de respiradores, fábricas de outros setores serão adaptadas para atender à demanda. “Temos basicamente quatro empresas que produziam uma pequena quantidade respiradores, com uma capacidade de produção bem limitada. Obviamente, não iriam conseguir (produzir a quantidade desejada)”, disse o ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta.
“Uma delas tinha capacidade de produzir 400, 500 respiradores até o fim do ano. Nós a redimensionamos. Conseguimos que a indústria de outras áreas, uma enorme força-tarefa foi feita”, completou.
Dificuldades com a China
A necessidade de acelerar a produção nacional de equipamentos no combate ao novo coronavírus aumenta em função das dificuldades de adquirir os produtos fora do país. “As compras na China estão praticamente todas elas não se confirmando. Tínhamos uma compra confirmada, assinada com eles, uma proposta de uma empresa para trazer até 15 mil ventiladores. Ela teria 30 dias e poderia chegar ao 30º dia e falar que não iria conseguir. Como não deu as garantias de trazer, descartamos essa possibilidade. Estamos abrindo outro processo de compra”, disse Mandetta.
Na última semana, por exemplo, 600 respiradores adquiridos pelo Consórcio Nordeste, grupo que reúne os nove governos estaduais do Nordeste do Brasil, ficaram retidos em Miami, nos Estados Unidos. Isso porque a empresa chinesa que forneceria os produtos cancelou o contrato unilateralmente.