Depois de perder o filho Lucas de apenas 2 anos e meio para o câncer, o engenheiro e empresário Joel de Oliveira Junior passou a dedicar sua vida a ajudar a salvar jovens e crianças com a mesma doença. Através da startup Luckie Tech, sediada em São José dos Campos (SP) ele desenvolveu um serviço que utiliza várias tecnologias desde Inteligência artificial a um dispositivo em forma de curativo, tipo um band-aid, que colado ao corpo envia em tempo real para os pais e equipe médica todas as informações necessárias - como temperatura e batimento cardíaco - para uma necessária intervenção a tempo de salvar a vida do paciente.
Joel explica que o dispositivo é parte de uma grande solução de inteligência artificial a favor da vida, pois é colado à pele e mede parâmetros que são monitorados pela equipe médica e pelos pais da criança, no caso do combate ao câncer infantil. As informações coletadas são armazenadas em uma nuvem e ficam disponíveis, por meio de um aplicativo, para o hospital e para os pais. Joel sabe que no tratamento de combate ao câncer, a rapidez nas intervenções pode significar o salvamento de uma vida. "Isso é um conforto para os pais, que têm de monitorar constantemente seus filhos, pois sabem que além deles e da equipe médica, há mais alguém cuidando da criança", destaca. Ele complementa que os óbitos muitas vezes ocorrem por fatores decorrentes da baixa imunidade, como gripe, e não pela doença em si. Daí a importância do monitoramento.
Esse projeto de monitoramento de crianças com câncer começará em junho, gratuitamente em cem crianças, atendidas pelo Grupo de Assistência à Criança com Câncer (GACC), de São José dos Campos, onde o empresário reside e onde o filho ficou internado há cerca de seis anos. Joel garante que levar conforto aos pais dessas crianças é o que motiva seguir em frente e aliviar a sua dor, desenvolvendo o dispositivo ao lado dos sócios na empresa, o cirurgião Wagner Marcondes do Hospital Israelita Albert Einstein e da Rede D'Or, que participou das últimas cirurgias do presidente Jair Bolsonaro, e o administrador William Sousa, presidente do grupo Kainos de Inteligência Artificial.
Coronavírus
Com o avanço do novo coronavírus sobre o País e o mundo e a preocupação com aqueles que integram o chamado grupo de risco, idosos e pessoas com morbidades, Joel e os sócios decidiram ampliar a utilização desse dispositivo e desenvolver parâmetros que possam ajudar a salvar pessoas nessa pandemia, além do monitoramento da febre, o grau de oxigenação, por exemplo, pois o vírus ataca as vias respiratórias. "Se serve para crianças com câncer, serve também para ajudar a salvar vidas em outras doenças, principalmente nessa pandemia da covid-19", destaca o empresário ao Broadcast Político.
O dispositivo está pronto, basta adequar o que será medido e aonde será utilizado, informa Joel. Segundo ele, a ideia é começar monitorando esse grupo de risco em locais vulneráveis, como favelas e comunidades. Ele já vem falando com representantes dessas comunidades e também com empresários e gestores públicos do País. Além do monitoramento, o dispositivo poderá ajudar também no encaminhamento das pessoas às unidades mais próximas e disponíveis de saúde.
Como no dispositivo para as crianças com câncer, Joel e os sócios querem que isso seja disponibilizado para salvar vidas. "Nosso propósito é humanitário, é ajudar a salvar vidas e quem mais necessita são sempre os mais vulneráveis, é ajudar a quem precisa através da inteligência artificial", complementa. "Os interessados em acompanhar o nosso trabalho podem acompanhar a Luckie Tech nas redes sociais, Facebook, Instagram e Linkedin", diz Joel relevando que o nome da empresa, além de significar "sortudo" em inglês, é também uma menção ao nome do filho Lucas, que o colocou nesse caminho de levar conforto e felicidade às pessoas.
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