Após leitos de UTI no Ceará chegarem a 100% de ocupação, a prefeitura de Fortaleza decidiu antecipar para este sábado, 18, a abertura do hospital de campanha do Estádio Presidente Vargas (PV). Apesar de estar com 85% da construção concluída, o local foi aberto para receber pacientes com Covid-19, com a oferta de 10 leitos para pacientes em estado grave e 204 de enfermaria.
O prefeito Roberto Cláudio (PDT), no entanto, diz que mais dois blocos ainda estão sendo construídos, com possibilidade de chegar ao total de 336 leitos. Segundo ele, dependendo da gravidades dos casos recebidos, se chegarem pessoas precisando de UTI, os leitos de enfermaria vão sendo transformados.
"Quando se trata de salvar vidas, é preciso ter coragem de superar desafios e inovar no método das obras para garantir a entrega antecipada de mais leitos. A grande maioria da nossa população não tem planos de saúde e depende do SUS. Então, decidimos antecipar o início dos atendimentos no Hospital Emergencial Presidente Vargas enquanto continuamos finalizando os outros blocos", afirmou.
A Secretária de Saúde do município, Joana Maciel, reforça que os primeiros 51 leitos do hospital de campanha serão destinados a pacientes que já estão internados em outras unidades de saúde reservadas pelo governo para tratar doentes com a covid-19, como os hospitais Leonardo da Vinci e Batista, ambos na capital.
"Os pacientes que estão internados nos outros hospitais devem ser transferidos para o PV, para finalizar o tratamento. A intenção é desocupar as UTIs e tentar diminuir a fila de pacientes que estão mais graves. Atualmente, o sistema de saúde está com 38 pessoas precisando de UTI e 34 aguardando internação em leito comum", disse Joana.
Sobre os 10 leitos de UTI do hospital de campanha, Joana afirma que servirão para demandas internas. "É muito comum termos pacientes clinicamente estáveis que evoluem com complicações respiratórias. Então, esses leitos serão para pessoas que já estiverem internados nesta unidade".
Covid-19 no Ceará
Em todo o Ceará, já são 2.955 confirmações da covid-19 e 162 óbitos. O Estado é o primeiro do Nordeste e terceiro do País com mais pessoas infectadas, segundo dados do Ministério da Saúde.
Além da pandemia, as autoridades de saúde do Estado se preocupam também com as arboviroses, doenças causadas pelo Aedes aegypti (dengue, zika e chikungunya). De acordo com o boletim epidemiológico mais recente, divulgado em 18 de abril pela Secretaria Estadual de Saúde, já foram confirmados 4.590 casos de arboviroses: 90,24% são de dengue, 8,18%, de chikungunya, e menos de 1% para o zika vírus. Na capital, são 2.510 pessoas com dengue.
O biólogo e responsável pelas ações de controle de arboviroses da secretaria, Luiz Osvaldo, reforça essa preocupação e acrescenta que o fato de as pessoas estarem em casa de quarentena ajuda no controle dessas doenças causadas pelo Aedes aegypti.
"Basta reservar 10 minutos da semana para cuidar do ambiente domiciliar, eliminando todas os possíveis focos do mosquito, que são os recipientes que podem acumular água parada, como garrafas, calhas, copos e vasilhas de plástico, lixeiras e a caixa d´água", ensinou.