Os argentinos tomaram como referência os dados do Ministério da Saúde brasileiro e utilizam as redes sociais para usar o Brasil como exemplo negativo no combate ao novo coronavírus. Além da comparação de números, são compartilhadas piadas, paródias e “memes” do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), provocando grande repercussão nas redes sociais ao redor do mundo.
No último domingo (26), o presidente da Argetina, Alberto Fernandéz, anunciou que prolongará o isolamento social preventivo obrigatório e o fechamento das fronteiras por mais duas semanas, até o dia 10 de maio. Durante ao pronunciamento, o presidente argentino se mostrou preocupado com os números de mortos brasileiros e manifestou sobre a forma que a pandemia está sendo encarada pelo governo brasileiro. Ao contrário do presidente Bolsonaro, Fernandéz é a favor do isolamento social.
“Me preocupa muito a situação do Brasil porque não acho que o governo brasileiro esteja enfrentando o problema com a seriedade que o caso requer”, disse o argentino.
Durante a semana, os jornais argentinos vêm repercutindo as falas do presidente e fazendo seguidas comparações. O famoso jornal conservador La Nación ironizou o mandatário brasileiro em algumas reportagens. Em uma delas, chegou a dizer que Bolsonaro está “liderando uma campanha para minimizar impactos, mesmo quando mais de dez funcionários do governo foram infectados após uma viagem aos Estados Unidos”. O jornal também afirmou que o “brasileiro chamou o coronavírus de “gripezinha”, ignorou as recomendações da Organização Mundial da Saúde para evitar aglomerações, convocou uma marcha de seus seguidores, os cumprimentou e tirou fotos com todos, apesar da probabilidade de contágio.”
As redes sociais argentinas também estão bombardeando o presidente Jair Bolsonaro. Em meio a piadas, fotos, “memes” e até paródias, as atitudes do presidente brasileiro estão sendo questionadas. “17 de março na Argentina - 2 pessoas mortas por COVID-19. No Brasil, 1 pessoa morta. 29 de abril na Argentina - 207 pessoas mortas por COVID-19. No Brasil, são 5.104 pessoas. O que um “lock down” não faz né?”, questiona um argentino.
Até o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acabou sendo citado na redes. Alguns argentinos começaram a fazer comparações entre as falas do petista e de Bolsonaro nas redes.
A argentina contabiliza 4.003 casos de coronavírus, com 197 mortes. No Brasil, os infectados chegam a 71.886 desde o início da pandemia. De acordo com o Ministério da Saúde são 5.017 mortos até 28 de abril .
No início do mês, a política de Fernández já estava bastante clara: “Na capital e na Grande Buenos Aires preparem-se para seguir (a restrição). Estamos muito longe da meta”, disse ele na ocasião.
*Estagiária sob supervisão da editora Liliane Corrêa
O que é o coronavírus?
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Como a COVID-19 é transmitida?
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
Como se prevenir?
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o coronavírus é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.
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