A cantora Anitta questionou, nesta quinta-feira (7), a conduta da secretária especial de Cultura, Regina Duarte, que minimizou as mortes registradas durante o regime militar no país em entrevista à CNN Brasil. “Enaltecer os tempos de ditadura me causa muito medo”, afirmou a cantora.
Em um longo comentário, publicado no perfil de Regina Duarte no Instagram, Anitta expõe sua indignação com a fala da atriz, hoje integrante do governo de Jair Bolsonaro, e a indaga sobre o trabalho feito para conter o novo coronavírus no Brasil.
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Regina declarou que se opõe à cobrança sobre o que ocorreu nos anos 60 durante o regime militar, marcado pela censura, perseguição a adversários políticos, prisões arbitrárias, tortura e mortes de opositores. A secretária especial de Cultura chegou até a cantar a marchinha ‘Pra Frente Brasil’, música que marcou a ditadura, durante a entrevista. “Não era gostoso cantar isso?”, perguntou a atriz.
Regina reconheceu que houve muitas mortes durante a ditadura militar, mas minimizou os óbitos, inclusive, dando risada.
“Foi um período muito difícil, né? Tem muita história, muita gente morreu na ditadura, essa é a questão”. Em tom de risada, a secretária acrescentou: “Na humanidade, não para de morrer. Se você fala 'vida', do lado tem morte. Sempre houve tortura. Stalin, Hitler, quantas mortes... não quero arrastar um cemitério de mortes nas minhas costas”, afirmou.
Essa não foi a primeira vez que Anitta usou as redes sociais para criticar o trabalho de Regina Duarte. Em janeiro, a cantora questionou um projeto apresentado por Regina que visava criar ‘eventos para a família’ ao lado de cada baile funk do país.
“Tô torcendo pra que seja mentira. Se for verdade, eles precisam conhecer um baile funk pra ontem. Ele faz parte da cultura do nosso país. É muita irresponsabilidade colocar os bailes como locais indevidos em que famílias não possam frequentar. Eu sempre frequentei com a minha e todos nós somos brasileiros honestos e merecemos que o funk seja visto como cultura", disse.
Veja a mensagem de Anitta dirigida a Regina Duarte:
Vejo que a senhora me segue aqui no Instagram e gostaria de dizer algo como cidadã. Assisti sua entrevista na CNN e já vi em alguns lugares que nao foi combinado uma entrevista ao vivo etc e etc, mas, falando como artista que já passou por isso algumas vezes (se é que realmente foi isso), acho que haveria mil outras formas de se pronunciar sem ser grosseira com os demais. Uma pessoa que aceita assumir a secretaria de cultura está aceitando trabalhar para o povo, isso significaria escutar TAMBÉM os lados que pensam diferente da senhora e colocar sua posição sobre a questão. Se recusar a ouvir uma opinião contrária logo depois de enaltecer os tempos de ditadura me causa muito medo. Até porque eu e muitos dos meus amigos seríamos os primeiros censurados caso esse regime voltasse ao Brasil e nós continuássemos no exercício do nosso trabalho. Gostaria de dizer que a cultura no Brasil vai muito além do ballet clássico, das orquestras sinfônicas e dos livros de poesia (que também são incríveis e tem seu imenso valor). Governar apenas para os que te causam afeição não é governar para o povo. Nao seria mais inteligente responder com calma e sabedoria o que tem sido feito pela classe cultural em virtude dos acontecimentos do covid 19? Aliás, o que tem sido feito? Todas as prefeituras do Brasil possuem verbas de entretenimento para o povo. Agora, que não estão sendo utilizadas, pra onde está indo esse dinheiro? A senhora não poderia tentar fazer com que ele estivesse indo para os trabalhadores da indústria que estão sofrendo com o momento? Por mais que a senhora não tenha medo do vírus, não deveria trabalhar também para os que têm e estão levando a situação a sério? Seu cargo só governa para quem pensa semelhante à senhora? E as famílias que perderam parentes com a doença? Como se sentiriam ouvindo um depoimento de quem faz pouco caso do momento? Onde está a empatia? Meu intuito aqui não é insultar e sim questionar.
Veja a mensagem de Anitta dirigida a Regina Duarte:
Vejo que a senhora me segue aqui no Instagram e gostaria de dizer algo como cidadã. Assisti sua entrevista na CNN e já vi em alguns lugares que nao foi combinado uma entrevista ao vivo etc e etc, mas, falando como artista que já passou por isso algumas vezes (se é que realmente foi isso), acho que haveria mil outras formas de se pronunciar sem ser grosseira com os demais. Uma pessoa que aceita assumir a secretaria de cultura está aceitando trabalhar para o povo, isso significaria escutar TAMBÉM os lados que pensam diferente da senhora e colocar sua posição sobre a questão. Se recusar a ouvir uma opinião contrária logo depois de enaltecer os tempos de ditadura me causa muito medo. Até porque eu e muitos dos meus amigos seríamos os primeiros censurados caso esse regime voltasse ao Brasil e nós continuássemos no exercício do nosso trabalho. Gostaria de dizer que a cultura no Brasil vai muito além do ballet clássico, das orquestras sinfônicas e dos livros de poesia (que também são incríveis e tem seu imenso valor). Governar apenas para os que te causam afeição não é governar para o povo. Nao seria mais inteligente responder com calma e sabedoria o que tem sido feito pela classe cultural em virtude dos acontecimentos do covid 19? Aliás, o que tem sido feito? Todas as prefeituras do Brasil possuem verbas de entretenimento para o povo. Agora, que não estão sendo utilizadas, pra onde está indo esse dinheiro? A senhora não poderia tentar fazer com que ele estivesse indo para os trabalhadores da indústria que estão sofrendo com o momento? Por mais que a senhora não tenha medo do vírus, não deveria trabalhar também para os que têm e estão levando a situação a sério? Seu cargo só governa para quem pensa semelhante à senhora? E as famílias que perderam parentes com a doença? Como se sentiriam ouvindo um depoimento de quem faz pouco caso do momento? Onde está a empatia? Meu intuito aqui não é insultar e sim questionar.