Nesta segunda-feira, 11, primeiro dia de operação do novo esquema de rodízio na cidade de São Paulo, a taxa de isolamento social na cidade ficou em 49%, índice abaixo da meta mínima de 50% esperado pelo governo, mas o melhor resultado para um dia útil aferido nas duas últimas semanas. Os dados foram divulgados pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico.
A gestão Bruno Covas (PSDB) ainda não comentou os dados. Desde domingo, 10, está em vigor um esquema na cidade que restringe a circulação de metade da frota de automóveis em todo o município, em todas as horas do dia. Em dias pares, circulam carros com placa final par e, em dias ímpares, circulam carros com placa final ímpar.
O melhor dia útil registrado anteriormente havia sido em 20 de abril, segunda-feira véspera do feriado de Tiradentes, quando a taxa ficou em 51%. O dia fazia parte do feriado prolongado. Desde então, entretanto, a taxa variou entre 46% e 48% nos dias úteis. Diante da lotação nos leitos de UTI da cidade, a Prefeitura abriu um chamamento nesta terça, 12, para usar 100 leitos de rede privada e evitar o colapso na rede pública de saúde.
A medida foi adotada com tentativa de aumentar a quantidade de pessoas que ficam em casa. A tentativa anterior, que consistia no bloqueio total de algumas das principais artérias viárias da cidade, foi abortada diante dos transtornos causado pelos congestionamentos e pela ineficiência da ação, pois a taxa não se alterou.
O isolamento é aferido com base em informações passadas pelas companhias de telefonia ao governo do Estado, que rastreiam a posição dos celulares. Os dados, segundo governo e empresas, são repassados de forma agregada, de modo que a privacidade dos usuários não é violada.
Com redução dos índices de lentidão nesta segunda, o governo do Estado afirmou que as linhas de trem e metrô tiveram aumento de 12% a 15% no número de usuários, que seria decorrente de pessoas que deixaram o carro em casa e foram trabalhar usando o transporte público.
Apenas profissionais ligados à saúde, como médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, funcionários de centros médicos, fisioterapeutas etc. têm isenção para continuar usando o carro próprio sem obedecer ao novo rodízio. Eles têm de enviar um e-mail para a Prefeitura solicitando a isenção. As informações detalhadas sobre como fazer o pedido estão em uma portaria da Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes, que pode ser acessada aqui.
O Centro de Contingencia do Coronavírus, do governo do Estado, estima que seria necessário que 70% das pessoas permanecessem em casa para evitar que a propagação do coronavírus se dê em uma velocidade mais rápida do que a capacidade de atendimento das redes pública e privada de saúde. Até o momento, 3.949 pessoas morreram por causa do coronavírus no Estado e 47.711 pessoas tiveram o diagnóstico da infecção confirmado. Na Grande São Paulo, 85,7% dos leitos de UTI estão ocupados com pacientes da doença.
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