Jornal Estado de Minas

BALANÇO NACIONAL

Coronavírus: Brasil bate recorde com 881 mortes em um dia


O Brasil registrou nas últimas 24 horas novo recorde diário de mortes pela COVID-19, com 881 óbitos e 9.258 novos diagnósticos positivos para o novo coronavírus. O número de mortos é o maior desde o início da pandemia. Segundo o boletim do Ministério da Saúde divulgado ontem, o país agora contabiliza 12,4 mil mortes e 177.589 casos da doença. Segundo o ministério, o número de pessoas que se recuperaram da doença subiu para 72.597. A taxa de letalidade do vírus no país é de 5,2%. Para conter o avanço já quase fora de controle, vários municípios brasileiros já convivem com restrições ainda maiores de isolamento social.


 
O balanço anterior, divulgado nessa segunda pela pasta federal, registrava 11.519 mortes e 168.331 casos. De domingo para segunda, haviam sido contabilizados 396 novos óbitos e 5.632 novos diagnósticos positivos da doença. Até então, o recorde de mortes contabilizadas de um dia para o outro é o do boletim do último dia 8, quando foram registradas 751 novas mortes.
 
Com os novos registros, segundo plataforma da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, o Brasil ultrapassou a Alemanha no número de casos e agora é o sétimo país que mais tem portadores de COVID-19 e o sexto em número de mortes. Os alemães contabilizam cerca de 173 mil casos. Vale ressaltar que, conforme estudiosos vêm apontando nas últimas semanas, os números de testes feitos no país ainda é muito inferior ao restante do mundo.
 
Considerando somente as 24 horas, o Brasil teve o segundo maior número de óbitos do mundo, atrás somente dos Estados Unidos, que registrou mais 1.064 vítimas fatais do coronavírus e chegou a 80.820 mortos, segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês) americano. Os EUA têm o maior número contingente de mortos pela COVID-19.


Ainda considerando as últimas 24 horas, o Reino Unido, segundo país com mais mortes pelo coronavírus no mundo, registrou mais 627 óbitos, e ficou em terceiro lugar na lista das nações com mais vítimas fatais no dia. O total de mortos pela covid-19 no Reino Unido é de 32.692, segundo o governo britânico. Completam a lista dos países com mais mortes a Itália (30.911 óbitos), a França (26.991 óbitos) e a Espanha (26.920 óbitos)

No mapa São Paulo é o estado com o maior número de infectados e mortos; 47.719 e 3.949, respectivamente. O boletim anterior apontava 46.131 casos e 3.743 óbitos. A taxa de letalidade atual da doença no estado é de 8,2%. A segunda unidade da Federação com mais confirmações é o Rio de Janeiro, onde há 18.486 casos e 1.928 mortes. No estado, o índice de letalidade é de 10,4%. O boletim anterior registrava 17.599 doentes e 1.189 mortos.
 
Em terceiro lugar está o Ceará, com 18.412 casos e 1.280 mortes por coronavírus. Por lá, a taxa de letalidade da doença é de 6,9%. Também no Nordeste, Pernambuco contabiliza 14.309 pessoas diagnosticadas registra 1.157 mortes – a taxa de letalidade é de 8%.
O Amazonas, que já vive um colapso no sistema de saúde, é o quinto estado brasileiro que mais registra casos. Há 14.168 pessoas diagnosticadas com a doença e 1.098 mortos. Segundo o ministério, a doença no estado tem uma taxa de letalidade de 7,74%. Por lá, a situação é tão crítica que o setor funerário já enfrenta dificuldades e luta para não entrar em colapso. O boletim anterior do Ministério da Saúde apontava que o Amazonas tinha 12.919 casos e 1.035 mortes.



Chegada O Ministério da Saúde informou ter identificado 39 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que teriam ligação com a COVID-19, ocorridos antes de 26 de fevereiro. A informação confirma estudo divulgado na segunda-feira, pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) revelando que o novo coronavírus já estava circulando havia pelo menos 20 dias no Brasil quando multidões tomaram as ruas de grandes cidades para celebrar o carnaval. O trabalho mostra que o Sars-CoV-2 começou a se espalhar no país ainda na primeira semana de fevereiro, ou seja, mais de 20 dias antes de o primeiro caso ser diagnosticado oficialmente em um viajante que retornou da Itália para São Paulo. O caso foi detectado em 26 de fevereiro, Quarta-Feira de Cinzas, quase 40 dias antes das primeiras confirmações oficiais de transmissão comunitária, em 13 de março.
 
Observa-se ainda que, quando os primeiros blocos foram para as ruas, já havia transmissão comunitária da doença. Essa provavelmente foi muito acelerada pelas aglomerações. Os primeiros casos seriam do fim de janeiro. O estudo foi feito com uma metodologia estatística de inferência, a partir dos registros de óbitos, e publicado na revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz de forma prévia, ainda sem revisão de pares.