Jornal Estado de Minas

HISTÓRIA DE LUTA

'Precisava ir salvar pessoas', dizia médico que acabou morrendo por Covid-19 no Rio

Entre as 12.400 vítimas do novo coronavírus no Brasil está um médico que dedicou a vida a cuidar do próximo. Danilo David Santos Silva, de 33 anos, morreu de COVID-19 no último domingo (10), Dia das mães. Um dia antes de ser entubado em decorrência das complicações da doença, enviou uma mensagem para uma amiga.  “Meus pacientes precisam de mim, logo na semana que vem já tenho que ir salvar pessoas. Fico olhando aqui desse lado e só penso que eu poderia estar do outro lado ajudando”.


Danilo Silva nasceu em uma família humilde em Belém do Pará. A mãe era manicure e também trabalhava como diarista. O pai era vidraceiro. Muito estudioso desde criança, enfrentou ao longo da vida injustiças, preconceitos e adversidades para realizar o sonho de exercer a medicina. Formou-se em Belém e mudou-se para o Rio de Janeiro, onde fazia residência em psiquiatria.  

Médico, psiquiatra e emergencista, era o orgulho da mãe, que, segundo amigos, citava o filho em todas as conversas, tamanho o amor e admiração por ele.  Admiração esta que se estendia aos familiares e amigos, que relembraram e homenagearam a trajetória de vida do médico através de mensagens de carinho postadas nas redes sociais.

“Muito obrigada pelo privilégio de ter te conhecido. Saiba que você transformou muitas vidas por aqui e sempre terá uma parte do Danilo David Santos Silva em cada um de nós, seus amigos. Você foi um anjo batalhador e justiceiro nesses 33 anos de mundo terreno. E com a idade de Jesus Cristo, retorna aos braços do Pai. Nós seguiremos por aqui. Que a tua coragem e exemplo seja nossa força”, publicou uma amiga.

Também através das redes sociais, Daniele Sophia, irmã de Danilo, pediu orações ao irmão que estava internado desde o dia 10 de abril, em isolamento e com o quadro de pneumonia se agravando. Ela lamentou a distância, já que o irmão vivia no Rio e a família em Belém. Dias depois, Daniele atualizou a postagem comunicando a morte do médico.  Danilo, era casado, partiu deixando o companheiro, a mãe, o pai, uma irmã, e uma sobrinha. 
 
*Estagiária sob supervisão do subeditor Frederico Teixeira