Jornal Estado de Minas

Pandemia

Brasil fica pior que a Argentina em comparação sugerida por Bolsonaro

(foto: Janey Costa)

Irritado com publicação do jornal inglês The Guardian, que aprova a condução da crise provocada pela COVID-19 pelo governo da Argentina, mas não a do brasileiro, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sugeriu que a comparação entre os dois países fosse feita de maneira proporcional às populações. Porém, feito isso, o resultado é péssimo para o Brasil. 



Levando-se em conta os números oficiais de vítimas do novo coronavírus, a estratégia argentina de restrição mais severa às atividades econômicas e a determinação expressa de que as pessoas fiquem em casa se mostram mais eficientes.

Seguindo o que sugeriu Bolsonaro e fazendo a conta por milhão de habitantes, o Brasil tem quase oito vezes mais mortes que a Argentina: 64 a 8.

Até o início da tarde desta quinta-feira, o Brasil registrava oficialmente 13.240 óbitos por COVID-19, enquanto no país vizinho eram 329 mortes. Já o número de casos chega a 196 mil aqui e 6,8 mil lá. 

O Brasil leva vantagem em um número: os testes, com 3.459 por milhão no lado brasileiro e 2.002 no argentino. Mas os números são baixos em ambos os lados da fronteira, pois a Espanha, por exemplo, testou mais de 52 mil pessoas por milhão de habitantes.



Desde de março, o presidente Alberto Fernández decretou quarentena total na Argentina, o que vai seguir, no mínimo, até 24 de maio.

Já Bolsonaro, que chegou a dizer que a panemia era “uma gripezinha”, é crítico ferrenho de medidas como fechamento do comércio, como o feito por governadores e prefeitos, e isolamento social, aconselhado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Também disse que a Argentina “está no caminho do socialismo”.
 
 

Paraguai fala em manter fronteira fechada


Ontem, o presidente fez apelo para que os chefes dos executivos estaduais e municipais que tenham adotado restrições peçam desculpa e voltem atrás.“Desse jeito, o Brasil vai virar um país pobre, como os da África Sub-Saariana”, afirmou o presidente.

A política adotada pelo governo brasileiro fez os vizinhos reagirem. O governo do Paraguai, comandado por Mário Abdo Benítez, já afirmou que "nem sequer passa pela cabeça abrir" a fronteira com o Brasil.